Nem a estrutura de arquibancada e as cadeiras espalhadas pelo palco The Next Big Thing foram suficientes para acomodar o público que se reuniu para descobrir 'O que Ninguém te Conta sobre Digitalizar uma Empresa'. Tanto as escadas, quanto as duas pontas da arena em formato de meia lua foram dominadas pelos participantes interessados em ouvir a conversa entre os CEOs do Banco Next, Renato Ejnisman, e do Grupo Panvel, Julio Mottin Neto. O bate-papo foi mediado pelo presidente do Grupo RBS, Claudio Toigo Filho.

Na abertura do painel, após agradecer a presença do público e das organizações participantes como patrocinadoras e expositoras do evento, Toigo começou a falar sobre os desafios que organizações enfrentam com a transformação digital. "A gente sabe que uma empresa de sucesso tem mais dificuldade em se movimentar. A disrupção pode ser um tsunami, que vai nos destruir, ou uma onda, que vamos surfar", ponderou. Por fim, o presidente do conglomerado midiático explicou que o painel seria um momento de compartilhar os aprendizados das empresas, como cases de sucesso.

Primeiro a receber a palavra, o CEO da Panvel concordou que inovar é um grande desafio, no entanto, admitiu que sempre foi inclinado às novidades, o que facilitou o processo. "Entregamos na casa dos consumidores desde a década de 80, então, quando os pedidos passaram ao meio digital, já tínhamos a logística", pontuou. Além disso, ele destacou que o movimento das empresas físicas de buscar o meio on-line, atualmente, está se revertendo: "Vemos o varejo digital entrando no físico".

Após mencionar exemplos de empresas promissoras, que falharam na área de atuação, o executivo da rede de farmácias relacionou os erros à falta de objetivos. "Se você tem um propósito, a sua estratégia vai se adaptar ao problema do consumidor e não ficará presa ao processo", afirmou. Nesta linha de pensamento, Renato Ejnisman apontou para três aspectos do caminho da inovação, com o primeiro sendo a compreensão de que a transformação digital dentro de uma empresa também tem que ser cultural. "Grandes organizações estão acostumadas com o controle, mas essa hierarquia de cargos precisa ser migrada para uma meritocracia de ideias", sugeriu.

Ele apontou a organização como o segundo aspecto, no sentido de compreender qual o melhor caminho para implementar a digitalização. "Um dos meios é criar um pólo de inovação dentro da empresa, o outro é levar de forma externa", contou. Renato ainda deu o exemplo do Banco Next, que tem origens no Bradesco, mas com uma mentalidade diferente. "O terceiro é o foco nas pessoas. Ter certeza que você tem talentos ao seu redor. E é necessário escutar esse time e gerar entusiasmo", ponderou.

Ao celebrar a realização do South Summit no Brasil e dar exemplos de participantes descontentes com alguns aspectos do evento, Toigo refletiu sobre o valor das falhas no aprendizado. "Na inovação, temos que aprender com os erros e saber como tolerar eles, pois muitas culturas estão sujeitas aos riscos", afirmou. Ao mencionar o trabalho da RBS, o presidente do grupo destacou que um dos propósitos da empresa é separar as mentiras das verdades. "E qualquer um que tiver uma ideia de como melhorar isso por meio de um Jornalismo plural e de qualidade, nos procure!", finalizou.

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O time de jornalistas de Coletiva.net acompanha em tempo real os três dias do South Summit - um dos maiores eventos internacionais de Inovação e Tecnologia, realizado de 4 a 6 de maio, no Cais Mauá, em Porto Alegre. No evento, serão mais de 400 palestrantes e 50 finalistas escolhidos entre os mil projetos inscritos para o Startup Competition. A cobertura on-line, que tem o apoio do Grupo RBS e da HOC, será atualizada com matérias no portal, entrevistas exclusivas, e repercutidas no Facebook e Twitter, fotos no Instagram do portal, bem como drops em Coletiva.rádio.