Email, esta Torre de Babel

      Com o uso do email como a principal ferramenta de comunicação entre as pessoas, em muitos casos substituindo inclusive o telefone(por economia ou conveniência …

      Com o uso do email como a principal ferramenta de comunicação entre as pessoas, em muitos casos substituindo inclusive o telefone(por economia ou conveniência de tempo), surgiram alguns problemas. Mas, o mais grave deles é, sem dúvida, a incompetência de muitas pessoas em se fazerem entender.
      Escrever não é uma tarefa tão fácil quanto parece, em especial quando escrevemos para substituir um telefonema. É preciso dar o sentido exato do que estamos querendo dizer e, principalmente, o tom de nossas palavras. Por telefone é fácil pois, além de modularmos a voz conforme o que queremos dizer, também incluímos expressões entre as frases principais("tu sabes o que eu quero dizer", "se é que estás me entendendo", ou coisas do tipo). Pessoalmente, é ainda mais fácil, pois além destes recursos, lançamos mão da comunicação não-verbal, com nossa postura, gestos, etc.
      A verdade é que as pessoas não estavam preparadas para de repente se expressarem larga escala por escrito. Existem alguns pressupostos básicos para um bom texto e as pessoas não atendem este pressupostos. Ou por ignorância(porque faltaram às aulas de comunicação e expressão no colégio, porque não gostam de ler) ou porque não estão nem aí mesmo. Isto sem falar nos incontáveis erros de ortografia.
      Acrescente-se a isto o fato de a comunicação na Internet e no mundo moderno pressupor síntese. Os emails devem ser curtos, sob pena de o destinatário não lê-lo até o final. Mas o poder da síntese é uma virtude rara. Assim, o que se vê são frases curtas, sim, mas que não transmitem a idéia que o seu emissor quis passar. A internet está lotada de textos curtos e desconexos. Para piorar, as pessoas usam "abreviaturas": Por quê, porque e porquê são resumidos a pq; teclar, teclarmos, teclando é tc e por aí vai(blz, hj, kd). Ou seja, as abreviaturas, além de estarem erradas do ponto de vista da língua portuguesa(que não é o maior problema, pois as línguas modernizam-se, incorporando termos surgidos do ambiente popular), são utilizadas de forma confusa. As pessoas utilizam a mesma abreviatura para diferentes palavras.
      O que resulta disto é uma altíssima taxa de emails explicativos. Não disponho(porque acho que ainda não foi feita) de nenhuma pesquisa, mas seria interessante saber quanto por cento dos emails que transitam para lá e para cá diariamente são explicações de emails que não foram entendidos. E também ter o dado de quantos telefonemas são dados, para explicar emails mal entendidos.
      Vivemos a Torre de Babel eletrônica, embora na mesma língua. Só temos um caminho a seguir: voltar nossas atenções ao uso eficiente e correto da língua portuguesa (ou outras). Ou arcar com os prejuízos decorrentes de uma má comunicação. Só que, quando falamos de negócios, estes prejuízos podem representar alguns milhões de reais, que imagino nenhuma empresa esteja disposta a perder.

Lançamentos de livros
      Depois de um período de ausência, volto a publicar os lançamentos das duas editoras parceiras deste colunista.
Campus
       Gestão do Conhecimento em Pequenas e Médias Empresas, de Isak Kruglianskas e José Cláduio Cyrineu Terra, 416 pág. Os autores tratam do grande diferencial das empresas no mundo moderno: o conhecimento. Mostram que a gestão do conhecimento(GC) não está mais (e nem deve) restrita às grande organizações. E, principalmente, abrigam sob o guarda-chuva da GC uma série de iniciativas que já eram desenvolvidas, mas com outro nome: reorganização, reestruturação, gestão de qualidade, desenvolvimento de produtos, etc. O livro mostra como pequenas e médias empresas devem fazer para trabalhar o seu mais valioso ativo: o conhecimento.
Bookman
       Vantagem Invisível, de Jonatham Low e Pam Cohen Kalafut, 208 pág. Os autores procuram mostrar quais são os diferenciais que fazem empresas de sucesso, mas que nem sempre estão visíveis. O resultado de uma pesquisa mostra que cerca de um terço do valor de uma empresa é resultado de elementos que não podem ser vistos, como força da marca, execução de estratégia, cultura inovadora, capital intelectual, etc. Ao longo das páginas do livro, vão tornando visíveis estes aspectos e mostrando como gerenciá-los, para que a empresa se diferencie no mercado e obtenha sucesso contínuo.
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