Marca forte pode ser um problema

      Dirigentes de grandes empresas americanas com operação mundial, como Coca-Cola e McDonald´s e presença na região da possível guerra EUA x Iraque estão mandando …

      Dirigentes de grandes empresas americanas com operação mundial, como Coca-Cola e McDonald´s e presença na região da possível guerra EUA x Iraque estão mandando buscar seus funcionários americanos, trazendo-os de volta para casa. A iniciativa visa evitar vítimas fatais de atentados contra ícones da cultura americana.
      Uma guerra é constituída de interesses econômicos e de ódio. Os interesses econômicos normalmente são gerenciados a partir de escritórios. Já os ódios fazem parte da linha de tiro, sem trocadilho. São indivíduos que, movidos por sentimentos sanguíneos, matam e morrem.
      Sabe-se que as relações entre Oriente Médio e EUA azedaram de vez após os atentados de 11 de setembro. Sabe-se também das atitudes extremas que os indivíduos fanáticos ligados a grupos radicais, como o Hamas. Viram homens-bomba, morrem para matar aquilo que odeiam.
      A partir deste cenário, de possibilidade (a meu ver, real) de atentados contra marcas americanas (ou identificadas como tal), noto que vivemos um momento ímpar: marcas fortes podem ser um péssimo negócio. Todos os milhões de dólares investidos na construção e manutenção das marcas mais poderosas do mundo as tornaram alvos gigantes e preferenciais.
      As marcas são símbolos. Expressam conceitos, idéias, concentram em si valores e ideais, identificam indivíduos e suas "tribos".
      Ícones do capitalismo, são reféns da guerra. É verdadeiramente incrível como mudam os valores de acordo com a realidade. Isto significa que devemos deixar de investir em marcas? Lógico que não. Isto só mostra até onde o ser humano pode chegar em termos de irracionalidade. Ou o que a loucura do ser humano pode fazer.
Campus e Bookman
      As duas editoras estão tirando fornadas de lançamentos. Início de ano é momento propício para isto. Hoje, vou falar de um lançamento de cada uma, ambos muito interessantes. Então vamos lá:
Campus
      "A Propaganda que Funciona", de Sérgio Zyman. Constitui-se em mais um livro a falar do fim da propaganda como ela existia até hoje. O autor usa um estilo irreverente, debochado muitas vezes e altamente crítico do que vem sendo praticado. Ocorre que o autor é ninguém menos do que o ex-principal executivo de marketing da Coca-Cola mundial. Além disto, um mexicano, que se atreveu a dizer aos americanos o que ele pensava. Independentemente de concordar ou não com a proposta do livro, recomendo a leitura.

www.campus.com.br
Bookman
      "As Campeãs Ocultas", de Hermann Simon. O livro é instigante porque as campeãs citadas são pequenas e médias empresas que, através de estratégias inteligentes, conquistaram o mundo. Sou fã de carteirinha de empresas pequenas e médias que conseguem chegar lá, usando criatividade e trabalho árduo. O autor cita dois exemplos de empresas gaúchas: Marcopolo, empresa de ônibus, e a Baldo, uma indústria ervateira. Hermann Simon é um consultor alemão, com larga experiência e que se dedicou a esta interessantíssima pesquisa. Também recomendo a leitura.

www.bookman.com.br
( [email protected])

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