Primeiro finde guerra

      No finde, a guerra. Impossível querer, por exemplo, ver a entrega do Oscar. Eu que sempre adorei cinema e o glamour daquele prêmio, nem …

      No finde, a guerra. Impossível querer, por exemplo, ver a entrega do Oscar. Eu que sempre adorei cinema e o glamour daquele prêmio, nem soube, não assisti. Fiquei pessoalmente abalada, pois percebi que posso ter sido alienada desde que nasci. Quando vi os rostos dos prisioneiros americanos, a famosa ficha caiu. O olhar deles é o nosso. O medo e a impotência também. Somos vítimas do governo estadunidense, como diz minha filha de 11 anos, porque "afinal, nós também somos americanos".
      A guerra tem novamente rostos. Nossos rostos. Já os vimos no Holocausto, em Hiroshima, na ditadura, tantos lugares. Li Lara de Lemos também no finde, em uma antologia poética publicada aqui no Rio Grande do Sul pelo Instituto Estadual do Livro. Dela, ficou a importante tristeza à flor da pele, em catre úmido, onde o tempo era o não-existir, e a pergunta: o que nos sobrará para viver?
      Tanto falamos em educação e novamente deveremos buscar para as crianças e para o mundo as razões de nós, homens e mulheres, fazermos a guerra. Há milhões de razões, mas nenhuma justifica.
      No cinema, daqui a alguns anos, veremos tudo de novo. Talvez já estejamos mortos, mas as coisas serão mostradas (eu espero) como elas realmente aconteceram. Sob o ponto de vista de quem esteve lá, e que viveu a guerra de uma forma menos formal e jornalística (segundo o conceito-referência em "Ilusões Perdidas", de H.Balzac - Cia. das Letras; ou "Dez Dias que Abalaram o Mundo", de Jonh Reed), com talento e sem censura.
      E Chicago levou a estatueta. Eu adoro música, mas prefiro a poesia. Talvez tudo seja uma mensagem. A quem importava que Chicago ganhasse o Oscar? Em um dos canais a cabo, tivemos a vida de Gere na TV. Chega a hora em que você pensa que existe o grande irmão de verdade, o original, o mágico de Oz e que ele ajudou a fazer Chicago.
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