Vai ler um livro!

Por Cris De Luca

"Vou ter que ler um livro. Que horror!" A nova novela da 21h da Globo já chegando com tudo. Essa foi a frase que a personagem de Letícia Spiller largou depois de reclamar para o marido (o prefeito da cidade) que a TV não estava pegando e que precisam de uma antena de celular em Serro Azul. Em plena época de Feira do Livro de Porto Alegre, nada melhor do que ler um livro! Confesso que neste momento de final de faculdade, focada no TCC, não consigo pensar em ler nada fora do roteiro, mas a vontade de ir até o Centro Histórico e voltar com uma dezena de exemplares embaixo do braço é grande.

Acho que em casa devo ter pelo menos uma meia dúzia de livros que não foram nem abertos ainda. Biografias, livros mais técnicos, indicações de professores ou palestrantes de cursos e eventos dos quais participei e por aí vai. Estou naquele ponto de querer largar tudo pra me jogar neles de novo.  Não posso fazer isso, mas aviso que aceito presentes vindos da Feira do Livro. Fazer aniversário em novembro tem suas vantagens! <3

Nem lembro quando começou minha relação com os livros, mas deve ter sido desde pequena vendo meus pais lerem. Recordo que sempre que a gente ia numa banca de revista, eu ficava pentelhando para levar alguma coisa para casa. Isso ainda antes de aprender a ler. Acho que era uma forma de me sentir parte do mundo deles. Tem um episódio quando eu devia ter uns cinco ou seis anos que derrubei meu irmão do carrinho porque estava embalando ele, o gibi caiu, eu me abaixei pra pegá-lo, mas esqueci de largar o carrinho. Resultado: meu irmão bateu com a cabeça na lajota e abriu um berreiro. Mas eu não larguei da revistinha. Coisas de Cris.

Nesse processo todo, sempre fui a amiga que presenteava com livros (hoje com vinhos também), a tia emprestada ou madrasta que enchia as crianças de leitura, desde o exemplar de plástico e de pano pra poder amassar, colocar na boca, molhar e por aí vai. Muito provavelmente, essa relação intensa que eu tenho com os estudos tenha a ver com essa loucura por livros. Cada vez que vou fazer um desapego lá em casa, essa é a parte mais difícil de conseguir me desfazer: a estante de livros. E olha que já fui a louca dos sapatos.

Por isso, na maioria das vezes, não consigo entender alguém que diz que não tem livros em casa ou que não gosta de ler. Por mais que hoje a tecnologia coloque tanta opção na nossa frente, sempre achei que se dedicar a um livro te apresenta uma linha de pensamento mais extensa e mais complexa do que ler muitos artigos, muitas notícia e por aí vai. Pelo menos para mim, ele traz um infinito de possibilidades e é a ferramenta mais poderosa para exercitar a imaginação. Fora que te ajuda a resolver problemas e te dão sugestões que nem estão relacionadas ao conteúdo dele. Então, quando estiver feliz ou triste, em dúvida ou com todas as certezas do mundo, se quiser passar um tempo ou aprender algo, se a ideia for se distrair ou focar: leia um livro! Mal não há de fazer! E vai aproveitar para bater perna lá na Praça da Alfândega e fuçar nas bancas para achar preciosidades! Ah! E, não esqueça, se tiver livros para doar, o Banco de Livros tem um espaço por lá, que está com apoio da 99 (pelo que eu entendi),  para receber as doações. Eles fazem um trabalho incrível, inclusive recheando as bibliotecas dos presídios com seus livros e ajudando a mudar muitas vidas! #ficadica.

Autor
Jornalista, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina, especialista em Marketing e mestre em Comunicação - e futura relações-públicas. Possui experiência em assessoria de imprensa, comunicação corporativa, produção de conteúdo e relacionamento. Apaixonada por Marketing de Influência, também integra a diretoria da ABRP RS/SC e é professora visitante na Unisinos e no Senac RS.

Comentários