Eu, a Vida, já aprendi a reconhecer os humanos não pelos seus acertos, mas pelas falhas, pelos tropeços, pelas pequenas transparências que escapam, ou pelas lágrimas, medos e trocas sinceras que surgem. É ali, no instante em que o rio transborda que a conexão verdadeira tem espaço pra acontecer.
Ao contrário daqueles humanos que elaboram um planejamento feito para cumprir padrões de sociabilidade vazia. Aqueles que quando interagem com outros humanos, o olhar se distrai, o suspiro surge, a virada de cabeça acontece, vomos e o tempo dele se tornasse de repente, mais valioso do que você. Porque você só é valioso quando é necesário.
Nesses momento, os humanos mais observadores vão ver que quem sorri demais é porque não tem coragem de se conectar de verdade. Como uma criança que esqueceu de crescer e tem medo de que descubram isso.
Sempre desconfiei dos que se dão bem com todo mundo. Dos que sorriem por reflexo, que correm pra abraçar na frente das câmeras, mas esquecem de agradecer depois. Gente que é sol na frente dos outros, mas sombra quando o palco apaga.
Porque quem tenta agradar todo mundo, no fundo, já não sabe quem é. Vestem sorrisos como se fossem máscaras, até que um dia esquecem o próprio rosto. E eu, que observo tudo em silêncio, vejo o quanto isso pesa. Viver de aparências é viver cansado.
As pessoas mais bonitas que já encontrei foram as imperfeitas. As que não disfarçam o incômodo, mas o transformam em resolução ou transparência. Gente que não precisa ser de todos, mas só de si mesma e assim se conectar com quem também é só de si mesmo. Falo de quem entende que carinho sem verdade é vaidade, e que gentileza sem presença é só performance.
Aprendam isso comigo: os gestos que valem são os que nascem do peito, não do costume. A mão que acolhe quando ninguém está vendo, o ouvido que escuta sem pressa, o olhar que reconhece antes da palavra.
E se for pra escolher, prefiram ser quem sente demais a ser quem finge está sempre tudo bem. A primeira dor cura. A segunda corrói.
Com Amor, Vida