A arbitragem no Brasil realmente não está em grande fase. Muitos erros, o VAR mal utilizado, reclamações cada vez mais presentes nas partidas. A grande questão, no entanto, dificilmente é tratada nestes episódios: os dirigentes, que tanto protestam, são os principais responsáveis pela mediocridade no apito. Caberia a eles mudar a realidade. E não o fazem.
A tão falada profissionalização dos árbitros parece utopia. Não há iniciativas, talvez tampouco tenha-se interesse que vire realidade. Os mesmos presidentes de clubes e vices de futebol que reclamam dos erros teriam de estar exigindo uma mudança no modelo de contratação de quem apita. Em vez disso, lamentavelmente, só olham para os próprios umbigos e tornam os equívocos nos jogos úteis para esconder os próprios defeitos.
Todo mundo é prejudicado, todo mundo é beneficiado, mas o Grêmio nos últimos jogos tem sido vítima de equívocos bem grandes, tem razão em protestar muito. Só não pode esconder com isso as falhas que comete. Diante de Santos e Bragantino, os dois duelos mais recentes, o sistema defensivo voltou a ficar muito exposto e o ataque de novo foi ocasional na criação de chances de gol. Precisa melhorar muito.
O Inter teve mudanças no esquema promovidas pelo Ramon Diaz diante do Botafogo e deu certo. Era visto e anunciado que o Alan Patrick estava deixando o time lento atuando mais atrás. Como ?falso 9?, o último homem no ataque, a equipe se movimentou melhor e teve no próprio Alan Patrick um jogador de conclusão com muita qualidade dentro da área. A defesa também ficou mais segura com os três zagueiros.
Na classificação a dupla Gre-Nal segue como coadjuvante, bem longe de quem luta por vaga na Libertadores do ano que vem. Vamos torcer pra que o desempenho e os resultados voltem melhor depois da parada para as datas FIFA. Nossos times pelo menos respiram mais longe da zona de rebaixamento.
É pouco se contentar com a permanência na Série A? Claro que sim. Pelo menos a situação atual é um forte sinal de que não teremos emoções ruins até o fim do ano. Agora são alguns dias sem partidas para se preparar bem. Veremos o que vem depois, mantendo uma realidade aparentemente imutável de que a culpa é de quem protesta.