As descontruções

Por Flavio Paiva

Em ambiente de startups, tome disrupção, inovação, descontruções de processos, processos criativo-destrutivos-criativos são a tônica como não poderia deixar de ser. Seu objetivo e natureza (inclusive nos processos de gestão), obrigatoriamente, têm que ser fora do padrão anterior, para que elas sejam criadas, existam e prosperem.

Já no ambiente da velha economia, os processos permanecem a partir de uma perspectiva mais linear, com velocidade menor (o que não quer dizer necessariamente lento), sendo que estas organizações estão importando técnicas de gestão das startups, como é sabido.

Vivemos uma era mix. Porém, o mindset é o que mais se destaca, a diferença entre o mindset de um e outro ambiente econômico. E isto fará a diferença. Por muitos anos, seguirão ativas e prósperas organizações da velha economia, não há dúvida. Entretanto, a análise deve ser de lupa, com uma furiosa avaliação sobre o que pode ser mantido e o que realmente deve ser rompido, sob pena de deixarem de existir.

Olhando, parece simples. Mas não é. Em que momento inovar? Em que processos, produtos, mercados? Ou, do lado das startups: tudo deve ser rompido e realmente trabalhar a partir do zero ou há elementos das organizações tradicionais que possam ser aproveitados?

Uma das fundamentais mudanças realmente é de mindset. Pois a partir dele que vem todo o resto. Pense bem: seu modo de ver as coisas, de encará-las, de coloca-las sob perspectiva e mesmo os seus tempos de reflexão são absolutamente determinantes para o futuro pessoal e profissional, que afinal de contas estão mesclados.

Romper com os paradigmas, seja pessoal ou profissionalmente (ou nos dois) pode não ser tarefa fácil. Depende de que área estamos falando, de que tema, de que momento, de que parceiros, de que conhecimento.

O ser humano segue sendo bastante complexo. Claro que os empreendedores de startups vêm com um mindset nativo e que rompe com os antigos paradigmas. Como o conceito de compartilhamento, de coworking, de coopetição. Porém, acabam por serem humanos. Mesmo eles têm seus limites e sentimentos.

Portanto, o mundo líquido de Zygmunt Bauman nunca foi tão verdadeiro. Mas vejo que está deixando de ser assim tão líquido. Está em um momento(que não consigo precisar quanto vai durar) de transição, de renovação total, disruptivo. Suas bases ainda não são totalmente sólidas, mas parece que alguns pilares começam a ser desenhados e já não são tão líquidos assim.

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