Vocês têm medo. Eu vejo. Às vezes, até entendem que é medo, mas na maioria das vezes, disfarçam. Chamam de independência. De autossuficiência. De não ter tempo. De "melhor sozinho". Mas, por dentro, é medo. Medo de abrir uma brecha e alguém entrar. Medo de entregar um pedaço e não receber de volta. Medo de olhar pro outro e ver um reflexo que revela o que vocês estavam tentando esconder até de si mesmos. Medo do que o outro pode tirar. Medo do que o outro pode dar. Medo do que o outro pode fazer vocês se tornarem. Eu, a Vida, sei que o medo é um instinto nobre. Ele tenta proteger. Evitar a dor, a perda, a falha. Mas, se não for escutado com sabedoria, ele se transforma. Vira parede. Vira casca. Vira desculpa. E o problema não é construir muros, é esquecer onde colocou a porta. Quando vocês deixam o medo ajustar a rota, deixam também que ele assuma a direção. E, sem perceber, entregam a autoria da própria história para aquilo que deveria ser apenas uma vírgula, nunca o ponto final. Relacionar-se é correr risco, sim. Mas é também se dar a chance de crescer no olhar do outro. Não aquele crescimento de currículo, de metas, de produtividade. Mas o crescimento silencioso de quem se permite ser atravessado, revisto, refeito. O medo só vira coragem quando vocês decidem seguir mesmo com ele. Com a mão tremendo, com o coração alerta, mas com a alma aberta. Acreditem em mim: é aí que as melhores histórias começam. Com Amor, Vida.
As paredes que você construiu
Por Luan Pires
25/07/2025 18:11
/ Atualizado em 25/07/2025 18:10