Clássico inédito! Dos demitidos

Por Rafael Cechin

16/09/2025 10:45 / Atualizado em 16/09/2025 10:32
Clássico inédito! Dos demitidos

O futebol gaúcho não para de empilhar recordes negativos em 2025. Somente no último fim-de-semana, a rodada do Brasileirão teve o Flamengo pela primeira vez na história vencendo todos os jogos no Rio Grande do Sul num mesmo ano (foram quatro no total) e o Mirassol derrotando o Grêmio nos dois turnos do Brasileirão. Temporada para esquecer. Pior é que não terminou e guarda para o próximo domingo (21) um clássico impensável nos tempos de glória: os dois devem demitir seus treinadores depois do Gre-Nal.

A crise se amplia a cada rodada. O Inter de Roger Machado simplesmente não consegue mais jogar. Na defesa e no ataque apresenta deficiências que frustram ainda mais uma torcida muito machucada pelas decepções da última década no clube. A crise de gestão, aprofundada pelo lado financeiro terrível, tem requintes de crueldade à medida que o ano avança.

Não há comando no lado vermelho da nossa gangorra. Os jogadores não veem diferenças entre ganhar, perder, empatar, se classificar ou ser eliminado. Ninguém cobra e, quando existe alguma cobrança, não há consequências. A "bolha" onde normalmente vivem os atletas no Brasil, muito mimados, no Beira-Rio vira um "cada um por si, ninguém pelo time". O treinador, em meio a esse ambiente difícil para gerir pessoas no vestiário, está perdido. Infelizmente não encontra mais soluções (e está longe de ser a primeira vez que eu falo isso aqui nesta coluna).

No tricolor a "vantagem" de Mano é que a expectativa tenha sido mais baixa ao longo da temporada. Com um elenco defasado em qualidade, o técnico ganhou salvo conduto em vários períodos de 2025 por conta dos inúmeros erros da direção. O problema é que passa tempo, treina, joga, se prepara e... só piora! A derrota em casa para o Mirassol no último sábado (13) foi mais um exemplo. Era para ter levado mais. 

Os gremistas foram facilmente dominados por uma equipe que deveria ser inferior. A explicação para a inesperada distância de futebol para o pequeno do interior paulista é matemática. O Grêmio joga em 50 a 60 metros do campo, o Mirassol em 25 a 30 metros. Com isso os jogadores do adversário ficam mais próximos, o que facilita para trocar passes, avançar no campo, recuperar a bola quando perde a posse, criar chances de gol, enfim, estar mais perto de conquistar a vitória.

Depois do Gre-Nal no Beira-Rio duvido que os dois treinadores se mantenham em seus cargos. As trocas são altamente necessárias. Num jogo que ocorre justamente no fim da Semana Farroupilha não temos façanhas para servir de modelo a toda a terra. Somos farrapos, em busca da retomada de vitórias fora do nosso pago. Que ano!