É hora de praticar a corrente do bem

Por Anelise Zanoni

 Nestes tantos dias em que estou trabalhando de casa, recebo notícias tristes com frequência. Tem gente que foi demitida, outros fecharam para sempre as portas de empreendimentos que foram sonhados por anos e ainda tem aqueles que nem sabem o que fazer quando o isolamento passar. Sem falar nas tantas pessoas que trabalham com turismo e que sequer têm ideia de como o público vai reagir diante de tantas incertezas. 

 Claro, não posso esquecer de outras mensagens um pouco mais tristes: a mãe de um amigo segue no hospital por causa do coronavírus, a amiga de um conhecido acordou depois de 10 dias de UTI, e assim vai...

 Em resumo, a crise, o medo e as dúvidas vieram para ficar por tempo indeterminado na vida de todo mundo.

 Diante do cenário, desde que tudo começou, tenho duas certezas: precisamos ter saúde acima de tudo e ser solidários com quem um dia esteve ao nosso lado. Pensando nisso, lembrei da corrente do bem - uma ação muito bem exemplificada num filme do ano 2000, que tinha Helen Hunt, Kevin Spacey e o menino Haley Osment. A corrente é simples: fazemos o bem para alguém e não esperamos nada em troca. O resultado é uma mudança no universo, e todo mundo é beneficiado. É real, dá certo!

 Acredito muito que esse é o momento de praticarmos a corrente do bem. Só o fato de estarmos em casa já faz com que a natureza, por exemplo, reaja de maneira diferente. Ela está agradecendo: montanhas que estavam escondidas pela poluição estão aparecendo, as águas imundas de Veneza estão transparentes, as florestas estão mais verdes e, aqui na minha casa, consigo ouvir o canto das cigarras (que eu nem sabia que ainda existiam na cidade!).

 De maneira prática, o que podemos fazer? Dar espaço nas nossas redes sociais para os amigos que precisam. É hora de se unir e criar projetos, fortalecer o networking, lembrar de marcas que estiveram ao nosso lado e oferecer gentilezas. Vamos valorizar o empreendimento dos amigos, incentivar empresas locais e, se for preciso, fazer lives, sim! 

 O momento é de movimentar o bem.

 E o que a gente ganha com isso? Financeiramente, com dinheiro na mão, talvez nada! Mas esta é a hora de iniciar a corrente do bem, porque o universo sempre devolve o que é resultado das nossas ações. Ajudar o outro neste momento trará resultados lá na frente, porque a crise não vai durar para sempre. 

 Estender a mão para quem precisa, mesmo sabendo que também precisamos, é ser empreendedor, é ser solidário e nos traz felicidade. As dores são coletivas e a solidariedade também pode ser.

Autor
[email protected] Mestre e doutora em Comunicação Social, a jornalista é CEO da Way Content Agência da Comunicação, especializada em turismo, gastronomia e estilo de vida, e fundadora do projeto Travelterapia, que divulga destinos, experiências e cria projetos de branded content. Em 2019 foi finalista da categoria Imprensa do Prêmio Nacional de Turismo, promovido pelo Ministério do Turismo. Tem experiência como repórter e editora, e é freelancer de publicações como Viagem Estadão e Veja Comer & Beber. Trabalhou 12 anos na redação do jornal Zero Hora e produziu conteúdos para veículos como Sunday Independent, Hola!, Contigo!, Playboy, Veja, Globo.com e Terra. Também atuou por 10 anos como professora de universidades como Unisinos e ESPM, passando pelos cursos de Jornalismo, Relações Públicas e Produção Fonográfica. Atualmente pesquisa o papel da imprensa no desenvolvimento do turismo e já estudou em países como Irlanda, Espanha, Inglaterra e Estados Unidos.

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