Essa vaidade que estraga

Por Grazi Araujo

29/01/2020 16:52 / Atualizado em 29/01/2020 16:51

Não há alegria maior quando há sintonia nas relações, quando há sinceridade nas palavras - até mesmo naquelas não ditas - e quando há cumplicidade. Nunca acreditei ou não quis crer que exista a tal história da puxada de tapete. Isso é uma invenção de quem não confia no seu taco, só pode.

Comunicação é feita em equipe. Boa informação é resultado de boas conexões. Um dia eu, outro dia tu. E todos os dias nós. Sem melindres, sem purpurinas, sem mimimi. Quando todos trabalhamos em prol do mesmo objetivo, não deve haver protagonismo e, sim, coleguismo. Ser fonte, ser referência, ser escape e ser confiável. Podemos ser todos. É melhor assim e não há mal nenhum nisso.

Talvez por nunca ter tido a experiência de assinar matérias em veículos, não trabalho com essa necessidade de assinar embaixo, com essa vaidade. Mas faço questão de fazer parte de boas construções. Gosto de pertencer, é essência. Por isso, quando ouço falar em desconstrução entre colegas, em omitir algo para buscar um holofote próprio, prefiro tirar o time de campo. Se estou na escalação, não há problema em não marcar gol. 

É claro que jogar com a 10, com o braçadeira de capitão, dá um peso maior. Mas é a velha história de que hoje estamos e amanhã podemos não estar mais. Pra que arriscar? Lembra que escrevi ali da cumplicidade, do grupo, de equipe? É sempre bom destacar, mesmo que pareça repetitivo. Portanto, seja legal com seu colega, confia, divida, construa. A roda da vida exige menos vaidade e mais sinceridade. As coisas vêm, os comentários pipocam por mensagens e telefonemas, mesmo quando a gente não quer saber. Daí, para não estragar a escalação, a gente tem que saber a hora de respirar fundo, retomar o fôlego e tomar uma água. E seguir o baile.