Hora dos cálculos: as esperanças da Dupla em 2024

Por Rafael Cechin

A última rodada está bem próxima. Até lá a maior parte dos 20 times do Brasileirão lutam por algo. Tirando os praticamente rebaixados Atlético-GO e Cuiabá, há alguma esperança. A nossa dupla Gre-Nal não foge dessa realidade. Longe disso. Ambos disputam coisas muito importantes na reta final. Se vão ou não conseguir, estamos bem perto de saber.

A maior ambição do momento é do Inter. O lado vermelho anda a passos largos da vaga para a Libertadores do ano que vem e, mesmo que talvez não admita publicamente, mantém o sonho velado de título. Justo, considerando a campanha do returno com um dos melhores desempenhos da competição. A pergunta "como seria sem a enchente?" vai perseguir os colorados ao final de tudo. A não ser que termine em primeiro lugar.

Até a publicação desta coluna, restam oito jogos para a equipe comandada por Roger Machado encerrar sua participação na temporada. Está em quinto lugar, dois pontos abaixo do quarto e com folga de seis pontos para quem estaria fora da Libertadores de 2025. Está confortável, mas quer mais. Se a briga for para ser campeão, são 12 pontos de diferença para o líder Botafogo, nove para o também postulante Palmeiras.

Nesta quarta (30), a recuperação de partida atrasada contra o Flamengo, justamente o quarto colocado imediatamente acima, ganha cara de decisão. Depois disso, na ordem, encara Criciúma e Fluminense em casa, Vasco fora, Bragantino no Beira-Rio e aí parte para os três duelos das últimas três rodadas contra times com os mesmos objetivos: Flamengo fora de casa, Botafogo dentro e Fortaleza no Ceará.

Vamos aos cálculos vermelhos. Conquistando 100% do que ainda tem a disputar, chega a no máximo 76 pontos. Só levando em conta o ano passado, terminaria em primeiro disparado. Mas a projeção atual indica que o campeão brasileiro de 2024 terá 78 pontos. Ou seja, bastam 14 para o Botafogo ou 17 para o Palmeiras. Precisaria de uma reviravolta nunca antes vista para que o Inter tomasse a ponta na reta final. Nem mesmo o confronto direto na penúltima rodada diante do alvinegro carioca eleva a esperança.

Estar no principal torneio na América do Sul, a Libertadores, é muito mais possível. Provável, eu diria. Para ficar dentro do G-4, com vaga na fase de grupos, no cenário de hoje será necessário que o Inter atinja 70 pontos, com acréscimo de 18 em relação ao que possui atualmente. Enfrentando dificuldades logicamente, dá para chegar.

A esperança tricolor é menos ambiciosa, porém existe. Ainda sem saber se Renato fica, a luta pela vaga na Copa Sul-Americana é uma realidade. A vitória sobre o lanterna Atlético-GO afastou de vez o risco de ser rebaixado. Não apenas por ter aberto vantagem sobre o Z-4 mas pela proximidade maior em relação à pontuação que precisa para não cair, que é de 43 pontos agora. Seriam mais cinco em 21 pontos a disputar para escapar definitivamente. Para a Sul-Americana, garante o seu lugar com mais nove pontos. Muito bem encaminhado.

A calculadora azul apresenta ainda sete partidas até o fim do calendário do futebol em 2024. Passa por ameaças contra Fluminense e Palmeiras fora de casa nas próximas rodadas. Depois tem pela frente o Juventude, cada vez mais desesperado, na Arena, o Cruzeiro fora, São Paulo em casa, Vitória em Salvador e fecha com o Corinthians em casa. Tabela tranquila para a missão que o Grêmio quer alcançar.

Meus palpites são de que os vermelhos e os azuis alcançam as vagas na Libertadores e na Sul-Americana. A esperança de título para o Inter pode ser descartada, pelo menos por enquanto. Essa semana a gangorra ainda será colorada, com vitórias sobre Flamengo no meio da semana e Criciúma na rodada que se inicia no fim-de-semana. O Grêmio, infelizmente, tem tudo para sofrer contra o Fluminense no Maracanã. Façam seus cálculos. A matemática define tudo até dezembro.

Autor
Jornalista graduado e pós-graduado em gestão estratégica de negócios. Atua há mais de 25 anos no mercado de comunicação, com passagem por duas décadas pelo Grupo RBS, onde ocupou diversas funções na reportagem, produção e apresentação, se tornando gestor de processos e pessoas. Comandou o esporte de GZH, Rádio Gaúcha, ZH e Diário Gaúcho até 2020, quando passou a se dedicar à própria empresa de consultoria. Ocupou também, do início de 2022 ao final de 2023, o cargo de Diretor Executivo de Comunicação no Sport Club Internacional. Atualmente mantém a própria empresa, na qual desde 2021 é sócio da Coletiva,rádio, e é Gerente de jornalismo e esporte da Rádio Guaíba.

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