É preciso escolher um lado
No final de tudo, na vida e na política, fica a escolha definitiva. Superada todas as nuances que escondem o fundamental, chegamos ao momento de dizermos de que lado estamos. A dificuldade está não na escolha em si, mas na identificação dos polos que estão em oposição.
Na política, mais do que em outras áreas, esses pólos nem sempre estão claros para que se possa fazer a escolha certa. Lula é o oposto de Bolsonaro para a maioria dos seus seguidores. Mas a realidade do seu governo mostra que, no fundamental, os dois são muito parecidos.
Quais são os dois sistemas sócio econômicos que, reconhecidos por todos, se opõem historicamente? A resposta é unânime: capitalismo e socialismo.
No caso do Brasil, em que vivemos sob o sistema capitalista, é colocada uma nova questão decorrente dessa primeira: que sistema capitalista queremos: dependente do imperialismo norte-americano ou nacionalista e independente?
Se a opção for por um sistema independente, cuja meta final seria o socialismo, vamos chegar à conclusão que Lula, como já fez o Bolsonaro, não deu nenhum passo para avançar nesse caminho.
Seu governo tem sido o de reafirmação dos valores do capitalismo, no caso brasileiro, rentista e subserviente aos interesses do imperialismo norte-americano. Os capitais bancário, agrário e comercial ditam as regras de funcionamento da sociedade brasileira, enquanto Lula se limita a diminuir seus danos colaterais, com suas políticas ditas sociais.
Agora mesmo, ao negar aos seus ministros, principalmente o de Direitos Humanos, uma autorização para lembrar o golpe de 64, ele está confirmando esse posicionamento reacionário. Quem conhece um pouco de História do Brasil sabe que o golpe de 64 foi dado pelos militares basicamente para manter o País alinhado à linha política ditada por Washington.
Em 64, o presidente João Goulart representava o passo adiante na política de afirmação da nossa nacionalidade e por isso foi derrubado.
Negar o reconhecimento desse fato por Lula mostra claramente de que lado ele está e nos ajuda a ficar na oposição ao seu governo, como estivemos também no governo de Bolsonaro.
A única escolha possível hoje é pela Revolução Brasileira.