Interseção é um conceito aprendido inicialmente em matemática no ensino fundamental e que traduz a ideia que levaremos por toda a vida. Ou seja, uma área(que depois pode ser transformado ou transbordado para valores, elementos, etc) comum entre dois conjuntos ou, no caso citado nos parênteses, entre grupos de pessoas por exemplo.

Vivemos um momento político e ideológico que está negando de uma certa forma a interseção. Prioriza sim os extremos, remetendo as pessoas às extremidades e não ao diálogo(que seria metaforicamente a interseção). Só que, caso não ocorra diálogo no sentido estrito, não há construção de valor e evolução de uma sociedade.

Portanto, tomo a liberdade de fazer aqui um Pequeno Manifesto da Interseção: que tenhamos mais áreas, espaços, valores e momentos de interseção, em que as pessoas deixem as suas tocas e possam conviver de forma genuína, com vistas ao bem comum.

Sei que muitos acharão um papinho essa conversa, que é coisa de idealista e de quem não vive a realidade dos fatos, não enxerga a vida como ela é e fica divagando. Só que quem me conhece sabe e muito o quanto eu sou uma pessoa de atos, coisas concretas, realizações.

Foi a partir desses momentos de interseção que a sociedade evoluiu. Sim, não foi só, pode ter sido a partir de iniciativas mais individuais. Mas, como diz a máxima, se eu cresci fui amparado no ombro de gigantes. Ou seja, ninguém faz nada(nem do ponto de vista abstrato nem prático) sozinho. 

Isso sem nem entrar na seara de que somos humanos (e no nosso caso ainda latinos, mais precisa antes de contato) e portanto, somos gregários. Sim, há diferença entre os povos: alguns são mais "duros", outros gostam(concordo que às vezes até demais) de uma proximidade, do convívio. 

Assim, para concluir por aqui, pare um pouco para pensar em momentos de interseção na sua vida: um relacionamento, por exemplo, não deixa de ser um momento (que pode ter horas ou anos) de interseção. Faça esse pequeno exercício, reflita por uns minutos sob essa perspectiva. Vai valer a pena.