Há muito estamos fazendo de conta que estamos jogando futebol. A dupla Gre-Nal é insuficiente no campo e fora dele faz anos. Em 2025, bate todos os recordes de incompetência. Os dois chegam na reta final do Brasileirão apenas fazendo contas para não cair ou para sobreviver com vagas de consolação. É muito pouco para as torcidas.
A realidade colorada, por incrível que pareça dada a expectativa do início do campeonato, é bem pior. Comparado somente a Palmeiras e Flamengo nas previsões de antes e durante as rodadas iniciais do campeonato, briga mesmo contra o rebaixamento. Pela ruindade dos outros, não pelos próprios méritos, depende só de si para escapar com folga.
Será que vai bastar? Quando a temporada terminar e o Inter não for rebaixado, vão se contentar com a mediocridade? Esperamos que não. A direção que frustrou o torcedor e com certeza se frustrou ao longo dos anos anteriores vai entrar nos últimos meses do mandato com obrigação de deixar o clube melhor do que encontrou, como prometeu Alessandro Barcellos nas duas eleições.
Para encerrar uma sequência terrível, precisa reformular a identidade do clube como um todo, não apenas vestiário ou comissão técnica como costuma-se praticar. TU-DO necessita ser mexido. A cultura colorada faz dos jogadores ?seres intocáveis?, que são pouco cobrados e não respeitam a camisa que vestem. Dão cada vez mais a impressão de que tanto faz se perdem, empatam, ganham, se classificam ou são eliminados. Não afetando as suas vidas fáceis, está tudo perfeito.
A proximidade de Barcellos com o elenco, que já vinha de Marcelo Medeiros, colabora muito com esse problema. Quando o presidente vira ?amiguinho? o atleta entende que não precisa respeitá-lo. E essa atitude escorrega para o Inter. Infelizmente.
No lado do Grêmio não é muito diferente, não. A contabilidade até beneficia um pouco mais para fugir do Z-4 nesta fase do Brasileirão, mas está bem longe da Libertadores e beliscando vaga na Sul-Americana. Nada demais, muito aquém do que a torcida quer e merece.
A eleição tumultuada que levou dois candidatos à presidência para o voto dos associados promete ser ingrediente que apimenta ainda mais a sofrência tricolor. Não vejo em Paulo Caleffi ou em Odorico Roman qualidades para melhorar as coisas na Arena. Será a escolha do menos pior, de novo.
Com a gangorra equilibrada por baixo, o que já dissemos faz tempo, resta fazer contas. Mais uma temporada, para prêmios pequenos. Queremos mais. Será que ainda teremos algum dia?