O ano não pode acabar em agosto

Por Rafael Cechin

22/07/2025 17:27
O ano não pode acabar em agosto

Passado imediato, presente e futuro até dezembro. A tabela do Brasileirão passa a dominar informações e discussões em torno da dupla Gre-Nal, infelizmente com muitas preocupações. Se os dois times não vingarem nas Copas, o que é possível já em agosto, o ano só será salvo por um desempenho no principal campeonato nacional. E aí já está praticamente definido que vamos brigar por pouquíssima coisa.

A cada semana a tortura para os torcedores, em vez de diminuir, parece só aumentar. A sequência do Grêmio assusta depois do confronto da volta pela Sul-Americana diante do Alianza Lima. Encara Palmeiras fora, Fortaleza em casa e Fluminense no Rio. Nada fácil, especialmente para uma equipe que não consegue entregar bom futebol e está regredindo em vários aspectos. 

O futebol contra o Vasco no último fim-de-semana ficou novamente muito abaixo do que a torcida quer e merece. Desde o retorno da parada para a Copa do Clubes o time acumula decepções. Menos mal que trouxe um pontinho na bagagem. O sistema defensivo está muito exposto. Do meio para a frente nada funciona. Está complicado ver o Grêmio, está difícil defender os jogadores, está quase impossível entender o esquema do Mano. Esperamos que melhore. Aliás, precisa melhorar.

O Inter também repete os seus problemas. Os três pontos conquistados sobre o Ceará, de forma magrinha assim como tinha sido na rodada anterior diante do Vitória, aliviou na classificação. E só. Não há evolução na intensidade, o que faz com a lentidão na armação das jornadas torne a equipe previsível e fácil de ser anulada pelos adversários. O Roger necessita urgentemente encontrar soluções melhores.

Nossos dois principais clubes são coadjuvantes no Brasileirão. Estão da metade para baixo na tabela, com distância enorme para os líderes. Exceto por um milagre, vão disputar no máximo vagas para competições continentais, levantemos as mãos para o céu se não lutarem contra o rebaixamento. 

Salvo contrariem as expectativas criadas, nas Copas a dupla Gre-Nal também não vai longe. Se as eliminações forem confirmadas já nas próximas fases da Libertadores, Copa do Brasil e Sul-Americana teremos um cenário tenebroso por quase cinco meses, com as equipes entrando em campo por objetivos menores. 

É isso o que precisamos evitar. Torçamos muito para que o trabalho dos técnicos, dos jogadores e das direções finalmente deem resultados. Um 2025 sem protagonismo cria novos legados ruins para o próximo ano. Se ocorrer dessa forma nossos gigantes, que foram muito maiores em outras épocas, seguirão tendo seus tamanhos reduzidos.