Eu sempre fui muito de resolver reunião em telefonema ou whats, antes da pandemia ampliar essa necessidade. Não fazia quase chamada de vídeo com ninguém, só com a minha comadre e meus afilhados. Tive que me adaptar mais do que muita gente que já dominava a performance da selfie e da conversa com som e imagem. O que as meetings vieram agregar?
Paciência: para as conexões, que travam, fazem repetir o que já tinha sido explicado, cai o sinal, volta, cai de novo, reloga. Desiste.
Tirar o pijama: se bem que dependendo do quórum, fica de coque, sem sequer um rímel e ainda com aquele roupão que é teu melhor companheiro de quarentena nesse frio (!).
Delimitação de espaços: o escritório que foi planejado para um dia servir do "sonho" do home office é a sala de aula do Vitor. Eu faço reuniões na janela (meu escritório não é na praia mas é um lugarzinho ao sol diário). Por vezes, na mesa de jantar. No Papo de Segunda, na GNT, o Fábio Porchat contou que cada canto da casa é para um "tipo" de vídeo.
Organização: com tantos encontros online que demandam no mínimo 1 hora de interação, a bateria ou tem que estar carregada ou os carregadores portáteis estão agregando valor a cada novo uso.
A internet tem ouvidos: deixar o microfone aberto já rendeu mãe xingando o filho para sentar direito (oi!), filho dizendo que vai no banheiro, esposa/marido chamando para o jantar e tantos outros vazamentos de áudios.
Empatia: a gente está, de algum jeito, dentro do lugar do outro. Da casa do outro. Da vida particular. E eu vejo isso de uma forma genuína. Eu estou vivendo isso e tá sendo cada vez mais comum, adaptável e compreensivo. Por todos que vivem juntos.
Esse contato, mesmo distante fisicamente, mas com vontade de dar certo, está nos deixando mais humanos.
Todos estamos reunidos, em algum momento. Somos vistos, mesmo de passagem. A maioria dentro de suas casas. Mãe, avós, professores, chefes, amigos, colegas de trabalho. Em algum momento eles se misturam. Meu filho geralmente aparece ali ou então eu fazendo uma cara de braba. Acontece direto esse monte de coisas e outras que cada um tem para contar. Eu não sei como isso vai seguir acontecendo depois que tudo passar, mas tenho certeza que deixou ensinamentos, tornou momentos mais descontraídos, rendeu boas risadas e, claro, resultados bem legais.