Parabéns para o portal pelos 21 anos

Por Márcia Martins

Um portal que traz as fofocas do fascinante mercado de comunicação. Não é sobre contar de casamentos e separações. Isto é lá para a Revista Caras. Mas sim sobre quem trocou de emprego, para onde foi e os bastidores da mudança. Um portal que informa sobre novos cursos e oportunidades de aperfeiçoamento para aqueles veteranos na imprensa ou até para os focas. Um portal que fala sobre os principais prêmios na área de jornalismo, propaganda, relações públicas, marketing e as novas mídias sociais. Um portal que conta, com emoção e carinho a trajetória de homens e mulheres com algo para repartir com o público na seção Perfil. Pequenas e cativantes detalhes do Coletiva, que completou no último dia 26, 21 anos de existência.

Parabéns Coletiva por nos brindar desde 1999 com as informações sobre as reviravoltas no meio da comunicação, com as últimas notícias sobre o que de melhor acontece no jornalismo, na publicidade e nas relações entre profissionais, agências, assessorias e veículos do Rio Grande do Sul. Parabéns Coletiva por nos avisar que determinado grupo demitiu muitos profissionais num único dia e com as desculpas mais esfarrapadas (sim, infelizmente, tenho certeza que esta é a notícia que vocês não gostariam de publicar). Parabéns pela agilidade em nos informar que um jornalista querido por muitos e muitos colegas decidiu experimentar novos caminhos em outro país. E parabéns por conseguir nos narrar fatos interessantes sobre gafes e erros do dia a dia da comunicação.

Meu primeiro encontro com o site Coletiva foi um tanto inusitado. Creio que as melhores relações começam assim. Andava um pouco por fora de tudo o que acontecia nos jornais aqui do Estado. Talvez desiludida. Talvez enjoada de tanta demissão sem motivo. Talvez sem muita vontade de saber nada além da minha rotina de freelancer (estava sem emprego fixo naquele tempo) depois de lotar a caixa de muitos editores com o meu currículo e nada. Eis que um final de semana, ao circular num shopping após um almoço rápido, encontrei uma ex-colega que comentou sobre um jornalista que, em menos de dois meses, tinha deixado a redação tal. E curiosa, indaguei como ela soubera. "Fiquei sabendo na coletiva".

E, mais tarde, intrigada, não me aguentei. Telefonei para a ex-colega e quis saber onde ela estava trabalhando que tinha ido na coletiva e fora informada da saída do tal jornalista. Foi quando ela me falou que continuava, assim como eu, vivendo de frees, e que a tal Coletiva era um site/portal com as notícias e informações da comunicação gaúcha. Nunca mais deixei de acessar o endereço eletrônico. Era meu compromisso obrigatório. Aliás, como ainda é hoje. Tenho o hábito de acessá-lo umas cinco ou seis vezes ao dia. Está salvo nos meus favoritos.

Para minha honra (nem acreditei, juro por tudo que é mais sagrado), comecei a mandar, em 2003, uns artigos sobre vários assuntos para o endereço do editor que eu tinha o email na época, o Vieira. E ele, eventualmente, publicava os meus textos. A pessoa aqui ficou empolgada. Não parava de mandar. Quase toda semana. Vieira não reclamava. Até que em junho de 2005, num encontro casual e tão inusitado quanto fora meu contato inicial com o Coletiva, Vieira me convida para escrever uma coluna semanal, fixa no portal, sobre qualquer assunto, sem impor censura ou qualquer tipo de limitação aos temas que eu iria usar como inspiração.

Nestes 21 anos do Coletiva, comemoro agora em junho, 15 anos de contribuição como colunista (não sei se sou a mais antiga a colaborar - não estou falando de idade porque sou uma guria - preciso acreditar nisto), escrevi sobre tudo. Sempre. Sem censura. Das travessuras da minha filha quando pequena (hoje ela já tem 25 anos), de filmes, músicas, decepções, votos, cachorros, amizades, sindicalismo, desejos de ano novo, falta de etiqueta das pessoas em locais públicos, feminismo, política e sei lá mais o quê. Afinal, estou quase completando Bodas de Cristal. Às vezes, quando abro o notebook, não tenho a mínima ideia do que vou tratar. Mas logo, as teclas estão a mil.

Por ser o site Coletiva um portal muito lido, já recebi centenas de elogios e agradecimentos pelas colunas. Uns leitores e umas leitoras que me encontraram no Facebook e disseram que não perdiam um texto meu. Mas também fui vaiada, xingada e ouvi uns bons desaforos daqueles que não concordam com o que escrevo, principalmente se o assunto tratado é política. E como sempre digo: a minha filosofia é que todos podem e devem até ter opinião contrária. Abaixo a unanimidade. Desde que a oposição ou o desagrado seja feito com educação, elegância, fineza.

Enfim, Coletiva, parabéns e muito, muito obrigada mesmo por tanta informação, tanta notícia, tanta comunicação. Parabéns pelos 21 anos de sucesso, de insistência, de resistência e renovação. Equipe do Coletiva, parabéns e muito obrigada por publicarem meus textos e me apontarem algum erro (sim, eu erro e muito). Vieira, muito obrigada por acreditar em mim e me oportunizar um novo caminho. Márcia e Iraguassu, meu enorme carinho por ainda me aguentarem e sigam acreditando no que estão fazendo.

Autor
Márcia Fernanda Peçanha Martins é jornalista, formada pela Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), militante de movimentos sociais e feminista. Trabalhou no Jornal do Comércio, onde iniciou sua carreira profissional, e teve passagens por Zero Hora, Correio do Povo, na reportagem das editorias de Economia e Geral, e em assessorias de Comunicação Social empresariais e governamentais. Escritora, com poesias publicadas em diversas antologias, ex-diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors) e presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Porto Alegre (COMDIM/POA) na gestão 2019/2021. E-mail para contato: [email protected]

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