Pravda 10

Já faz algum tempo que parei de ler de forma integral o Zero Hora, exceto futebol, horóscopo, David e Martha.   A partidária coluna de …

Já faz algum tempo que parei de ler de forma integral o Zero Hora, exceto futebol, horóscopo, David e Martha.  
A partidária coluna de política, em particular, há algum tempo passava ao largo de minha visão.
A partir de segunda, dia 8, no entanto, em função do bisado escândalo do Enem petista, fui buscar o máximo de percepções acerca do tema.
Ainda que saiba que até Tarso Genro é travestido de democrata pela mídia no momento em que assumirá o governo e distribuirá verbas publicitárias de todas as ordens, não pude deixar de ficar abismado com o oficialismo da abordagem. Nem Lula seria tão petista.
No momento em que, num grande atestado de incompetência ampla do governo, provas são entregues com erros que um estagiário de Publicidade e Propaganda identificaria em sua primeira semana de treinamento, e pululam denúncias de vazamento pelo país, a colunista titular do espaço voltou-se contra os estudantes e suas famílias, vítimas primárias e secundárias da "esculhambação".
Tudo isto, no entanto, ainda que patético, não é nada diferente do que já vem sendo publicado neste espaço há anos. A mal disfarçada defesa do PT em qualquer nível, literalmente, de governo.
A novidade agora é o novo alinhamento com o partido, através do ataque à imprensa sem dobradiça na espinha.
A jornalista criticou um profissional do sistema Jornal do Comércio de Comunicação que, para provar a vulnerabilidade do exame, enviou informações dele para a redação de seu veículo.
Ainda que não houvesse casos de má-fé, o simples controle da prova em todo território nacional é suscetível a todo tipo de vulnerabilidade, o que, em si, tira-lhe a confiabilidade.
Estamos falando aqui de oitenta mil vagas gratuitas no ensino superior no Brasil inteiro; de, ainda que minimamente, respeitar o esforço e o mérito de cada estudante.
Acima de tudo, há que considerar que, ao propiciar através de um exame fajuto a avaliação dos estudantes estaremos, enquanto sociedade, investindo em capital humano menos qualificado.
Diante disso, a jornalista política mais lida do Rio Grande do Sul está pronta para atacar a atividade do jornalista que, tendo conseguido entrar na sala de exame com um telefone celular, demonstrou a iniquidade do sistema petista de avaliar.
Sem colocar em risco a integridade física de ninguém, o profissional fez o que um governo sério deveria ter feito: testou e reprovou o modelo. Que bom que ainda temos jornalistas dispostos a buscar a verdade.
Ou Você prefere que uma imprensa que não investigue e denuncie?
Perguntando
Se o episódio do Enem tivesse ocorrido antes do segundo turno haveria alterações nos resultados?
Por que o exame foi aplicado tão tarde?

Autor
André Arnt, diretor da Coletiva EAC, é administrador de empresas, consultor e professor universitário. Coordenou cursos de pós-graduação nas áreas de negócios e marketing. Atua como consultor em estratégia empresarial. É colaborador da Coletiva.net.

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