Prestadores de serviço

Existem alguns ramos de atividades em que a regra ainda é a falta de um padrão de profissionalismo. Alguns exemplos: pintores, encanadores, eletricistas, técnicos …

Existem alguns ramos de atividades em que a regra ainda é a falta de um padrão de profissionalismo. Alguns exemplos: pintores, encanadores, eletricistas, técnicos de computador (consertos), assistências técnicas de equipamentos eletrônicos, entre outros.
No caso destes serviços, não há padrão de atendimento. Já estive em assistências técnicas modernas, agradáveis e ágeis no atendimento. Mas também já fui em uma assistência técnica de um fabricante de aspiradores de pó que era em uma garagem, mofada e com um cachorro grande me atendendo junto com o "técnico".
Passemos do atendimento para o preço. Neste quesito, então, a coisa é incrível. Já houve inúmeras reportagens de veículos de comunicação em que repórteres se fizeram passar por clientes e pediram orçamentos para determinados serviços. O resultado é que há diferença de mais de 100% nos orçamentos.
No caso de pintores, encanadores, eletricistas, há ainda o quesito apresentação pessoal. Há empresas ou pessoas que primam pelo asseio e capricham no visual, mas há aqueles que parecem verdadeiros criminosos, tamanha a falta de cuidado com a aparência. Como muito destes prestadores de serviços recebemos em casa, seria importante que se preocupassem com este aspecto.
O que me parece aí é que há uma oportunidade. Uma empresa que queira investir um pouco e trabalhar ao menos estes três itens, vai se diferenciar no mercado. Oferecer um ambiente agradável, no caso de uma assistência técnica. Preços justos, em todos os casos. E um aspecto asseado, no caso de pessoas prestadoras de serviços. Será rei com um olho só, pois vivemos agora em terra de cego.
Porque, pensemos: qual o maior drama na hora em que há um vazamento? Ou um problema no micro? Ou na caixa d´água? Encontrar um profissional que realize um serviço de forma correta, tecnicamente falando, e que consiga atender aos padrões mínimos que enumerei acima. Muitas vezes, é mais fácil agüentar as reclamações do vizinho de baixo, sobre o vazamento no banheiro, do que encontrar um profissional sério e competente.
Já houve algumas tentativas de empresas que reunissem profissionais nas diferentes áreas: eletricistas, encanadores, pintores. Porém, não tiveram êxito e é difícil se chegar a um diagnóstico preciso sobre qual foi o motivo do fracasso. Duvido que qualquer um de nós não pagasse um pouco mais para ter um serviço prestado por uma empresa ou profissional que nos deixasse tranqüilos com relação a todos os aspectos: o serviço em si, preço, apresentação, etc.
Estamos cada vez mais envolvidos em nossas atividades profissionais e precisando cada vez mais de pessoas que nos auxiliem em todas as tarefas do lar. Assim também ocorre com as empregadas domésticas que, embora com os avanços tecnológicos(máquinas de lavar louça, fornos de microondas), continuam sendo figuras essenciais, em especial para quem tem filhos.
Portanto, o setor de prestação de serviços no Brasil experimentará, nos próximos anos, a mesma trajetória que já ocorreu nos países desenvolvidos. Passará a ser uma atividade melhor remunerada, mas melhor executada, porque feita por pessoas preparadas para tanto. Topamos pagar mais, mas temos consciência de nossos direitos de consumidores.
Empregadas domésticas, pintores, eletricistas, encanadores, pedreiros que conseguirem se preparar, certamente se diferenciarão. Ou empresas que reúnam um grupo destes profissionais qualificados terão em mãos um diferencial competitivo. Aí está uma oportunidade.
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