Provérbios em quarentena

Por Fraga

Os tempos pedem sabedoria e a sabedoria popular pede mais atenção.
Muita coisa já foi dita sobre a pandemia e nem tudo é lembrado. Benditos provérbios, que ninguém esquece. Agora eles dizem o seguinte:


A corda sempre arrebenta do lado mais fraco ou com a imunidade mais baixa.

Água mole em pedra dura, tanto bate até que transmite algo.

Amigos, amigos, negócios e espirros à parte.

A pressa é a inimiga da perfeição, espera até passar a pandemia.

Antes só do que mal acompanhado por algum infectado.

As aparências enganam, melhor fazer um exame.

Cada macaco no seu galho, se possível em outra árvore.

Caiu na rede é peixe, saiu na rua é vírus.

De médico e de contaminado todo mundo tem um pouco.

Devagar se vai ao longe, porém sem passar da porta da frente.

Deus ajuda quem cedo madruga e vai no súper no horário pra idoso.

Diz-me com quem andas e eu te direi quem tá se arriscando.

É dando que se recebe, mas sem encostar a mão.

Gato escaldado tem medo de água fria e de pessoa que voltou de viagem.

Há males que vêm para o bem, com exceção do coronavírus.

Não deixe para amanhã aquilo que você pode fazer hoje, sobretudo ficar em casa.

Não ponha a carroça na frente dos bois, melhor o distanciamento social. 

Nem tudo que reluz é ouro: o coronavírus gosta de superfícies de metal. 
O barato sai caro, prefira álcool 70%.

O hábito faz o monge, que se protege no mosteiro.

Onde há fumaça há fogo, onde há aglomeração há risco.

O seguro morreu de velho, por não usar álcool gel.

Para bom entendedor, meio cuidado não basta.

Para baixo e isolado em casa todo santo ajuda.

Quando um burro fala de perto, o outro usa máscara.

Quem tem boca vai a Roma mas não durante a quarentena.

Quem não é visto, não é lembrado, e pode estar hospitalizado.

Roupa suja se lava em casa, bem desinfetada. 

Etc.

 

Autor
Fraga. Jornalista e humorista, editor de antologias e curador de exposições de humor. Colunista do jornal Extra Classe.

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