Mais uma troca de técnico na dupla Gre-Nal. Roger Machado pelo argentino Ramon Diaz. O que esperar? Para mim, nada novo. Os colorados já estão acostumados com o mesmo roteiro, não importando o treinador: inicia bem, cria muitas esperanças de que algo melhor poderá vir, começa a desandar, afunda na crise e cai. A postura paternalista sobre os jogadores não deixa o time crescer de verdade. Precisa dar um choque, não simplesmente trocar o comando do vestiário.
A demissão do Roger era mais do que esperada numa equipe que não joga coisa alguma faz muito tempo. Foi um erro esperar a derrota no clássico para tomar essa decisão. É um baita desafio, nada fácil, para o novo técnico. O elenco está muito longe de ser ruim, o problema é que está viciado em fracassos e num conformismo que parece tomar conta não só do futebol, mas de todo o clube.
Na tabela até o fim de 2025 o Inter tem fôlego para fugir do rebaixamento no Brasileirão. É muito pouco. A expectativa e a capacidade foram infinitamente maiores para a temporada. Encara o Juventude em Caxias do Sul na próxima rodada, precisando ?pra ontem? ligar o sinal de alerta.
Um grupo de atletas com um orçamento perto dos 20 milhões de reais deveria entregar mais. Venho afirmando aqui nesta coluna há alguns meses que o problema não é o treinador. O modelo de gestão, sem consequências para erros cometidos dentro de campo, faz com que o boleiro não veja diferenças entre ganhar ou perder ou empatar, se classificar ou ser eliminado. Isso é o que deve ser ajustado para evoluir. Caso contrário, Ramon Diaz será apenas mais uma vítima.
No lado do Grêmio, acho que na verdade a saída do Mano Menezes só foi mais uma vez adiada pela vitória no Gre-Nal. Não há avanço no desempenho, é tudo insuficiente, o resultado não deveria mascarar.
No próprio jogo do último domingo (21) no Beira-Rio, por exemplo, não houve jogadas criadas, a defesa não foi bem, o meio-campo deu muitos espaços ao Inter. Conquistou os três pontos muito mais em função de saber aproveitar as falhas do rival, do que por méritos tricolores.
Haja paciência para aguentar essa temporada da dupla Gre-Nal. Tá muito complicado encarar um fim de 2025 igual aos anos anteriores, sem protagonismo. É duro de ver, difícil demais acreditar. Continuamos na torcida.