Visibilidade colorida aos olhos de todos

Por Luan Pires

07/11/2025 17:45 / Atualizado em 07/11/2025 18:08
Visibilidade colorida aos olhos de todos

Venho dizer uma coisa: não existe brilho no que é igual.

Por muito tempo, deixaram que só um tipo de rosto fosse visto. Só um tipo de voz fosse ouvida. Só um tipo de história fosse contada.

Mas eu sou feita de mistura. De vozes que tropeçam, de corpos que dançam em ritmos diferentes, de mentes que pulsam em cores que nem sempre cabem nas formas que o mundo escolheu.

Visibilidade é isso: é luz acesa. É permitir que quem sempre ficou atrás da cortina possa subir no palco e dizer: eu também sou parte.

Não é sobre parecer diverso. É sobre ser. É sobre acolher, escutar, dividir espaço, ceder lugar. Porque diversidade não é uma foto bonita. É uma atitude constante.

Tem gente que fala de inclusão como quem manda convite pra festa, mas esquece de estender a mão e chamar pra dançar. E é aí que tudo se perde, quando o gesto vira símbolo e o símbolo perde o gesto.

Promover diversidade é olhar pro outro sem a lente do ?diferente?. É entender que equidade não é dar o mesmo pra todos, é dar o que cada um precisa pra poder estar no mesmo lugar.

E ser gentil com o diferente é revolucionário. Se interessar é um ato de inclusão. Acolher é o começo de tudo.

E eu, a Vida, fico feliz quando vejo quem ousa colorir o mundo com as próprias cores. Quando alguém se levanta e diz: ?eu existo, e a minha existência tem valor e nenhuma pessoa vai me esconder numa caixa?.

Por isso, hoje, celebro o nascimento de Colapsos Coloridos, livro solo de estreia do meu amigo Luan Pires (cof-cof). Um livro de quem tenta entender todo dia que ser diverso é resistir, que ser neurodivergente é enxergar o mundo por prismas que muitos ainda não conseguem ver. É sobre se importar com o que entrega ao mundo.

O livro está lá, na Banca 10 da Feira do Livro, pela Editora Metamorfose, como um grito calmo, mas firme, dizendo: a diferença não é o oposto do padrão, ela é a prova viva de que a vida, quando é real, nunca vem em preto e branco.

Com amor, Vida