Alex Bagé: "Aceg fará o que for possível para proteger seus associados"
Declaração do jornalista e presidente da entidade diz respeito a acusações de Farid Germano Filho
Após Farid Germano Filho afirmar que há jornalistas envolvidos em corrupção no Internacional, mas sem revelar nomes, Alex Bagé, presidente da Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos (Aceg), posicionou-se sobre o caso, afirmando que não há nomes de profissionais da imprensa sendo investigados pelo Ministério Público. Em entrevista ao Coletiva.net, Bagé ressaltou que a entidade agiu com cautela ao buscar, junto ao MP, informações sobre este suposto envolvimento no caso que está sendo investigado da gestão de Vitório Píffero - janeiro de 2015 a dezembro de 2016 - no clube colorado.
"O nosso trabalho na Aceg não é tumultuar. Eu até imaginei que o Sindicato dos Jornalistas fosse se posicionar, assim como o Sindicato dos Radialistas, mas não o fizeram. O que nós procuramos: encontrar uma maneira de resguardar a dignidade de uma entidade", afirmou Bagé. O presidente da Aceg destacou que, se alguém acusa três jornalistas, é porque deve ter a informação, mas, essa denúncia não vai ao encontro do que a entidade apurou junto ao órgão responsável.
"Quem assiste àquele vídeo [publicado por Farid em suas redes sociais] desavisado, vai pensar que a imprensa do Rio Grande do Sul tem um monte de safados e que o Farid está saindo do Ministério Público com uma informação valiosa. E eu posso afirmar: até este momento, nenhum jornalista foi investigado e nem está sendo", reforçou. Segundo Farid, os profissionais envolvidos no caso eram assessores pessoais de membros da gestão de Vitório Píffero no Internacional e, sobre isso, Bagé afirma: "Se alguém que tu assessora está envolvido em um crime, isso não te coloca na cena deste crime. Tu estás executando o teu papel como assessor de imprensa. Afinal, eles assessoravam ou eles roubavam junto? Porque, até agora, o Ministério Público não afirmou nem que os caras do Inter roubavam... O Farid só levantou suspeitas".
O presidente da Aceg reafirmou que a entidade tomou uma posição e deixou espaço para ver como Farid iria retirar o que disse, confessando que as suas fontes estavam equivocadas - algo que não aconteceu. "Então, a partir de agora, a Aceg está em reuniões constantes com os seus conselhos de Ética e Jurídico para saber quais são as atitudes possíveis para proteger os seus associados". Bagé ressaltou que a entidade tem "uma nova postura, zelando por seus membros, desde que a gestão anterior foi destituída da Aceg, acusada de desviar verbas da entidade".
"Nós demos uma chance para que o Farid pudesse se retratar e ele não o fez. Caso ele realmente não faça isso, vamos apurar o que nos cabe para continuar defendendo a nossa honra. Ele que dê os nomes dos caras ou desminta", desabafou Bagé. Disse ainda que é condenável levantar uma suspeita dessas na rede social, fazendo referência a uma classe toda. "Tudo que é contra a imprensa, no ambiente digital, ganha uma proporção muito maior - todo mundo consome imprensa, mas ninguém gosta dela. Aí, o cara vem e faz uma postagem dessas para caçar clique...", condenou.
Procurado por Coletiva.net, Milton Simas Júnior, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJors), disse que a entidade não iria se manifestar sobre o caso.