Com o objetivo de conectar clientes e marcas a agências e estúdios criativos, os empreendedores Beto Sirotsky e Daniel Prianti, que foram colegas na Berlin School of Creative Leadership, fundaram a Boutique Pool (BPool). O objetivo da plataforma, www.boutique-pool.com, é organizar os serviços da indústria criativa, fomentando o empreendedorismo e trazendo novos formatos de contratação, remuneração, avaliação e concorrência.

De acordo com Prianti, a demanda pela BPool surgiu dos próprios clientes. Segundo ele, em conversas com áreas de marketing e compras de diversas empresas, os sócios notaram que existia uma parcela significativa do orçamento de comunicação das marcas que era destinada para projetos que precisavam de um trabalho mais ágil e personalizado, mas mantendo altos níveis de criatividade a preços justos. E, do outro lado, existiam diversos profissionais de talento que, nos últimos anos, fundaram agências boutique, estúdios criativos e hubs de produção que se utilizam de estruturas mais leves, parcerias e trabalhos em rede.

O sócio da empresa afirma que o papel dele e de Beto está na curadoria dos parceiros criativos, que é feita com a ajuda de um grupo com experiência multidisciplinar e inteligência de dados - um algoritmo de matching - que faz o cruzamento por projeto. "Isso tudo em uma plataforma de tecnologia homologada nos clientes como uma única entidade onde acontece, além da curadoria, matching, contratação, gestão, avaliação e billing dos diversos parceiros" comenta Prianti.

Beto complementa e conta que o objetivo da BPool é melhorar o mercado da comunicação, proporcionando relações mais eficientes, justas e saudáveis. Ele destaca que foram ouvidos diversos players, que deram subsídios importantes para a criação da primeira versão da plataforma, que contemplará serviços como planejamento/criação de campanhas, desenvolvimento de sites, conteúdo para social media, produção de vídeos, eventos, design sprints, entre outros. "Teremos um modelo de avaliação permanente, no qual os clientes irão mensurar a performance dos parceiros criativos e vice-versa, estabelecendo um ranking que valorizará a meritocracia e ajudará na disseminação das melhores práticas", diz.

Beto também ressalta que a plataforma trabalhará na melhoria dos processos de concorrências, uma vez que não terá disputa por preço entre os parceiros criativos, pois os valores já estarão predefinidos pela ferramenta e aprovados pelos clientes. "Será uma avaliação técnica feita pelo cliente com base nas credenciais dos três parceiros selecionados pela BPool", explica, revelando que, para campanhas, os clientes ainda terão a opção de solicitar uma concorrência criativa mediante a um escopo delimitado e um valor adicional que remunerará o custo da participação, garantindo que ninguém trabalhe de graça.

O funcionamento da BPool busca ser simples e intuitivo: o cliente seleciona um pacote de ativos com valor predefinido (homologado pelas áreas de compras no cadastro de plataforma), e o algoritmo de matching proprietário indica três parceiros criativos que precisam dizer se conseguem ou não atender à demanda nas condições definidas. O cliente conversa com os parceiros indicados e escolhe com qual deseja trabalhar baseado em portfólio, expertise e empatia. A partir disto, agência e cliente colocam dúvidas e alinham entregas. Uma vez acordados briefing, escopo de trabalho final e fases de entregas, assinam contratos digitais e começam a trabalhar. Avaliações por etapa de entrega são feitas via plataforma que alimentam o algoritmo e, ao final, os projetos também são carregados na ferramenta.

No entanto, antes de todo o processo de trabalho acontecer, tanto os parceiros criativos quanto os clientes passam pela curadoria da BPool que, entre outras etapas, envolve um robô para validação de dados cadastrais, um processo de referências para análise de credibilidade e um indicador de desempenho de portfólio. A plataforma BPool inicia seu teste em abril com algumas marcas convidadas como Ambev, Tecnisa, Reserva, Bibi Calçados e um ecossistema de mais de 50 agências, estúdios de comunicação, hubs de conteúdo e produção, todos passados por um processo de curadoria.