Clima tenso marca a reunião dos conselheiros da TVE

Presidente Ricardo Azeredo afirma que Conselho está dificultando o trabalho da nova diretoria e a implantação de projetos

11/11/2008 19:20

Um clima tenso marcou a reunião do Conselho Deliberativo da Fundação Cultura Piratini - Rádio e Televisão, realizada na noite desta segunda-feira, 10. O representante dos funcionários da emissora, o jornalista Alexandre Leboutte, informou que a nova diretoria, que foi empossada através de uma liminar, se recusou a atender ao pedido do Conselho de entregar uma cópia da matéria censurada da repórter Bete Lacerda, na qual entrevistara o secretário da Transparência, Otaviano de Moraes. Perguntas feitas pela jornalista ao secretário teriam sido consideradas inconvenientes pela direção da emissora, e por isso a reportagem não foi exibida. "Nós, do Conselho, gostaríamos de avaliar o material para ver quais foram os quesitos técnicos que impediram a veiculação da reportagem", contou Leboutte. 

A segunda parte da reunião foi destinada à apreciação dos nomes dos novos integrantes da diretoria da TVE e FM Cultura: Ricardo Azeredo, presidente, Pedro Macedo, diretor de Programação, e Airton Nedel, diretor-geral.  Dos 23 conselheiros, 13 estiveram presentes e optaram por adiar a avaliação. Desta forma, ficou marcada para a próxima segunda-feira, 17, às 19h, uma reunião extraordinária do Conselho da entidade. 

Em entrevista à Coletiva.Net, Azeredo afirmou que o Conselho está dificultando o trabalho da nova diretoria e a implantação de projetos. Quanto à denúncia de censura, o presidente entende que "alguns membros do Conselho adotaram uma atitude totalmente ideológica enquanto a diretoria mantém uma postura mais técnica. Eles se apegaram a palavras como censura e macartismo e estão impedindo a implantação de projetos que visam ao crescimento da TVE," concluiu.

Já Nedel destacou que os questionamentos do Conselho quanto à legalidade da nomeação (já que os nomes dos diretores foram publicados no Diário Oficial sem antes ter o aval do Conselho, como manda o estatuto) não são conclusivos. "A lei estadual diz que o Conselho deve "apreciar" os nomes. E o que significa apreciar? A justiça se manifestou e disse que a governadora está certa. Claro, a nomeação ocorreu através de uma liminar, que tem o mérito a ser julgado ainda. Como advogado, acredito que há a possibilidade de ela ser mantida", disse.

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