O auditório da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs - Rua Marcílio Dias, 574) recebe nesta terça-feira, 18, o evento 'Política on-off', promovido pela Critério. Na parte da manhã, foram três palestras que trataram dos temas 'Depois de Lula e Bolsonaro o que mudou e o que não mudou', apresentada por Cleber Benvengnú; 'Reputação não vem de graça', conduzido por Soraia Hanna; e 'A política já entendeu as redes sociais', ministrado por Mateus Colombo. A solenidade teve início às 9h30 e, entre convidados, políticos, estudantes, imprensa e profissionais da área, estavam presentes cerca de 100 inscritos.

Cleber iniciou o dia abordando o cenário atual da política nacional, observando que quem pretende iniciar um curso sobre a matéria já com algumas certezas, provavelmente, está começando de forma errada. Destacou também que, atualmente, é preciso debater sobre ideologias. E sobre isso afirmou que ela "é, basicamente, uma organização de ideias em torno de uma visão do mundo". Ainda, segundo ele, ideologia não é, e nem pode ser, o único instrumento pra avaliar a política, pois dentro desta distinção existem, sim, bons e maus políticos, tanto na direita, quanto na esquerda.

Sobre a comunicação nos tempos atuais, comentou que esta mudou completamente nos últimos anos. E justificou pela transformação provocada nas ferramentas e linguagens. Segundo Cleber, a mídia tradicional está em questionamento. "Os grandes veículos já perceberam isso e estão em adaptação a este novo formato. Antes, havia poucos emissores e muitos receptores. Hoje, inverteu esta lógica e é uma diferença fantástica, pois agora há um diálogo entre os dois."

Soraia deu seguimento lembrando que, "se quisermos fazer a reputação de terceiros, não podemos esquecer jamais da nossa", afinal, confiança é a chave de tudo. Então, é primordial buscar realizar o certo para nos tornarmos relevante.Segundo ela, visibilidade não é reputação "Não adianta estarmos nas redes sociais e tudo mais sem estratégias. A fama é efêmera, assim como o poder. A reputação é algo mais complexo, mais profundo, é acúmulo. Resultado de uma trajetória de vida, de pequenas médias e grandes entregas", apontou Soraia.

O terceiro painelista, Matheus Colombo, alertou para o uso das redes sociais no ambiente político. Sobre a temática, destacou que é necessário lembrar que o movimento que está acontecendo hoje não é realmente novo, apenas amplificado pelo crescimento das mídias digitais. "Quando começamos a trabalhar com o Marcel Van Hattem, ele tinha quatro mil seguidores. Hoje, passam de 300 mil. Ao mesmo tempo, ele já escrevia os mesmos textos, colocava as mesmas opiniões. A diferença, porém, está no número de pessoas atingidas", apontou.

Segundo Colombo, é preciso também ponderação sobre o tema e alertou que este termo é diferente de omissão. "Ser ponderado é opinar sobre algo, porém apontar para os defeitos e benefícios. Quando precisamos engajar algo, temos que ter essa diferença muito clara", salientou. E disse mais "Então, sem posicionamento, firmeza e verdade é melhor ficar offline." Realçou ainda que, para ficar online, não basta posicionar-se, é preciso converter. Na visão dele, posicionamento gera engajamento, o que permite a conversão e, assim, exige a manutenção deste posicionamento, gerando conteúdo relativo a este.