Durante pandemia, jornalistas latino-americanos foram atacados pelo menos 87 vezes

Brasil é o segundo país com mais casos, entre os observados pela rede Voces del Sur

Pesquisa aborda jornalistas atacados exercendo a profissão - Reprodução

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) participou de um levantamento da rede 'Voces del Sur' sobre violação à liberdade de imprensa durante a pandemia, na América Latina. Foram pelo menos 87 ataques na região. O Brasil teve 24 violações ao princípio constitucional, ficando atrás apenas da Venezuela, com 34.

O período analisado foi entre 1º de março e 21 de abril deste ano, com dados de 8, dos 21 países latino-americanos. As informações brasileiras foram apuradas pela Abraji, que integra a rede. Entre as irregularidades da nação, 13 foram agressões e ataques a profissionais da imprensa, nove discursos estigmatizantes e duas assédios virtuais.

Conforme a Abraji, todos os casos de ataques e agressões partiram de apoiadores públicos do presidente da República, Jair Bolsonaro. Entre os discursos estigmatizantes, oito foram feitos pelo presidente, e um pelo ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta. Nas situações de assédio virtual, os autores foram o pastor Silas Malafaia, em transmissão ao vivo, e o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), no Twitter.

Ainda foram avaliados: Equador (17), Honduras (16), Peru (5) e Nicarágua (4). Bolívia e Guatemala também participaram do monitoramento. Os indicadores utilizados se baseiam nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). O levantamento completo, traduzido pela Abraji, pode ser acessado aqui.

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