Escalada para cobrir o jogo do Internacional, a jornalista Laura Gross, da rádio Guaíba, foi atacada por um torcedor, que tentou beijá-la à força. O episódio ocorreu logo no começo de seu trabalho, quando estava ainda na entrada do estádio Beira-Rio, por volta das 18h20. Após a repórter revelar o caso em sua conta no Twitter, o presidente do clube colorado, Marcelo Medeiros, informou que o homem foi identificado pelas câmeras de segurança.

O torcedor, que estava acompanhado de um amigo, identificou-se como sendo de São Miguel do Oeste, e, segundo Laura contou em conversa com Coletiva.net, estava visivelmente embriagado. Os dois homens, então, começaram a dizer que queriam dar uma entrevista para a repórter que era "muito linda", além de afirmarem que "não poderiam ir embora sem aproveitar". Na sequência, o agressor segurou a cabeça da jornalista e tentou beijá-la. Laura pediu para ele parar, mas ele não respeitou o pedido e conseguiu encostar em sua bochecha.

Em entrevista ao portal, Laura contou como se sentiu após o ocorrido. "Ontem, eu estava pior, pois não falei sobre o assunto. A gente se sente acuada, com nojo, repulsa e medo", desabafou. A jornalista da rádio Guaíba afirmou que, após acordar nesta manhã, 4, acreditava que precisava falar sobre o assunto, com o objetivo de combater o assédio e, assim, evitar que outras situações parecidas aconteçam novamente.

"Hoje, depois de ter falado sobre o assunto, que repercutiu bastante, me sinto melhor, ou menos pior, pelo fato de ver que tem pessoas que se solidarizam com essas causas, que sentem empatia", falou. A repórter acredita que é batendo na mesma tecla, colocando foco neste tipo de assunto, que a violência será combatida. "É uma situação, realmente, muito difícil. Nenhuma mulher gostaria de passar por isso, na verdade, pessoa alguma gostaria", lamentou.

Ela destacou que o presidente do Internacional se comprometeu em ir atrás do agressor. A iniciativa do dirigente deu certo, uma vez que o homem já foi identificado. Em conversa com Nando Gross, gerente-geral da emissora, Medeiros contou que o torcedor, após assediar Laura, praticou a mesma ação com outras três mulheres que estavam no Beira-Rio.

Afirmando que é fundamental que os clubes que têm casos assim identifiquem os torcedores, para que essas agressões não se repitam, Laura destacou que pretende buscar justiça: "A intenção do Inter é tirar ele do quadro social e a minha é registrar um Boletim de Ocorrência, para que esse caso não seja esquecido", revelou.