TVE terá gestão compartilhada com a Secretaria da Cultura

Governador Eduardo leite descarta plano de conceder emissora pública à iniciativa privada

Governador descartou plano de conceder emissora à iniciativa privada - Reprodução

A ideia de conceder a TVE e a FM Cultura à iniciativa privada está descartada pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. A proposta foi anunciada durante o governo de José Ivo Sartori (MDB) e envolvia entregar a concessão como forma de evitar o fim das emissoras, que estão sob responsabilidade da Secretaria Estadual de Comunicação desde a extinção da Fundação Piratini, em novembro de 2016. A novidade é que a TV e a rádio serão reformuladas, com nova grade de programação, a qual será administrada em parceria com a Secretaria da Cultura.

A secretária Estadual de Comunicação, Tânia Moreira, informou que ainda não chegou a se aprofundar no plano de concessão. "A TVE é uma TV pública, educativa e cultural e assim tem de continuar sendo", afirmou ela, que já foi presidente da emissora. No início de agosto, o diretor da TVE, Caio Klein, chegou a apresentar um projeto preliminar à Tânia, porém, ela, não satisfeita, pediu algumas alterações.

A jornalista e a secretária da Cultura, Beatriz Araujo, reuniram-se em algumas ocasiões para discutir sobre a TVE e elas projetam entregar a nova grade ao governador e anunciá-la ao público ainda neste ano. "A ideia é que Secretaria da Cultura, como tem uma política que viabiliza a produção de conteúdos, contribua e faça uma gestão compartilhada de conteúdo. Ainda estamos conversando e escutando", informou Beatriz.

Ainda estão em análise os contratos mantidos pela extinta fundação, com entraves jurídicos em virtude do fim da instituição. Um deles envolve a concessão do terreno onde funcionam os canais, localizado no Morro Santa Tereza, em Porto Alegre, vencida em outubro de 2016. A área é da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), que concede o local ao Estado mediante contrato de cessão de uso sem ônus. Em contrapartida, a TVE repassa produções locais para transmissão nacional.

Em abril, Klein foi a Brasília para pedir a prorrogação do documento por mais cinco anos. Então, foi pedido que o governo do Estado formalizasse o novo contrato, o qual foi enviado no fim de junho. A a secretaria ainda está no aguardo do retorno da EBC. Uma das soluções para isso envolve a mudança das emissoras para um novo endereço - ainda indefinido -, prevista para os próximos anos pela secretaria. "Acho que não podemos ficar em um prédio que não é nosso. Uma TV não precisa mais de um espaço tão grande", destacou Tânia.

As emissoras têm passado por um esvaziamento desde o início do processo de extinção da fundação. Neste período, mais de 80 funcionários foram demitidos ou se demitiram. Atualmente, cerca de 160 funcionários seguem vinculados à TVE e à FM Cultura.

No que se refere à programação, hoje, apenas cinco programas são produzidos localmente - Radar, Estação Cultura, Frente a Frente, Consumidor Em Pauta e Panorama. Outros cinco deixaram de ser produzidos, como Nação, Galpão Nativo, TVE Repórter e dois telejornais. O restante da grade é preenchida com retransmissão das TVs Brasil e Cultura.

Coletiva.net tentou contato com a secretária Tânia, porém sua assessoria de imprensa informou que ela não se manifestará além do que já foi divulgado.

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