China é um dos principais investidores de tecnologia no Brasil

Afirmação é do CEO da China Brazil Internet Promotion Agency (CBIPA), In Hsieh

In Hsieh fala sobre mercado chinês - Divulgação/ Coletiva.net

Ao dar início à sua apresentação, o CEO da China Brazil Internet Promotion Agency (CBIPA), In Hsieh, questionou: "Que país e o maior investidor em tecnologia no Brasil?". Ao que ele mesmo respondeu: China. Segundo ele, dados recentes mostram uma tendência de entrada de capital de empresas chinesas, nos últimos quatro anos, aproximadamente. "Se desse para totalizar o valor o investimento em tecnologia chinesa no Brasil, já ultrapassou a norte-americana", informou.

Paulista, de origem chinesa, ele, hoje, reside no Rio Grande do Sul. Ao analisar o mercado no qual atua, que é a tecnologia, depois de São Paulo, o Estado é o que mais tem interação cultural com a China. "Metade dos brasileiros que eu conheço, que fala Mandarim, é gaúcha", declarou. Na palestra 'O impacto que a Transformação Digital na China irá causar ao mercado brasileiro', ele falou sobre os vários clichês e estereótipos que remetem ao país asiático, como pirataria, poluição, trabalho infantil e Jackie Chan. Hsieh atribuiu esse entendimento à educação.

"A China não está crescendo, ela está retomando a posição que ocupou ao longo de dois mil anos." Sobre isso, Hsieh explicou que a competição entre os chineses é natural. "Competimos desde sempre, afinal, somos 1,4 bilhão de pessoas. Temos essa necessidade", mencionou, ao acrescentar que, somado a isso, boa parte da sociedade vem de uma educação de que deve ser sempre o melhor.

Sobre as práticas no país, ele comentou sobre a cultura maker (faça você mesmo), que é o famoso 'colocar a mão na massa'. Hoje, ainda, com facilidades tecnológicas para ajudar. "Isso foi o nascedouro de muitas empresas de tecnologia que temos, além disso, tem a velocidade de adaptação de produto." Também citou a cultura 996 - trabalhar das 9h às 21h, seis dias por semana. Para o palestrante, trata-se de uma consequência de mindset, de postura, de comportamento. "As empresas estão focadas. No entanto, não fazemos juízo e valor se é ou não saudável. Mas é um novo comportamento de mercado", analisou.

Ao citar números, disse que os Estados Unidos ainda são referência, porém, a China está chegando perto: de 20 empresas de internet no mundo, nove são chinesas. Além disso, a nação é líder isolada em pagamento por celular, sendo 80 vezes maior que o país norte-americano. Somado a isso, a China é a grande referência em e-commerce, representando 20% do varejo chinês. "Não acredito que vamos migrar 100% para o mercado online", disse ele, que estuda o setor desde 1999.

Para finalizar, falou que acredita que o grande desafio é entender como se pode colaborar com as empresas e buscar a vantagem competitiva. "Quando unimos as empresas, isso gera um ecossistema. Você quer criar esse ecossistema, ou ser alguém que vai se conectar?", questionou.

O evento tem cobertura em tempo real realizada pela equipe do portal Coletiva.net, com apoio do Grupo Record RS.

Comentários