Para José Resende, é preciso acompanhar a agilidade das mudanças no varejo
VP de Marketing da CDL POA encerra manhã de palestras no Congresso da Transformação Digital
A última atração da manhã desta sexta-feira, 16, no 1º Congresso da Transformação Digital ficou a cargo de José Roberto Resende, vice-presidente de Marketing da CDL POA e responsável por missões internacionais e eventos de varejo. A palestra 'A visão de um empresário brasileiro sobre a Transformação Digital' foi uma complementação de In Hsieh, antecessor no palco da Fundaparque, em Bento Gonçalves. Uma das principais afirmações que nortearam a fala de Resende foi sobre a velocidade das transformações digitais. "As mudanças no comportamento do consumidor ocorrem muito mais rápido do que as que conseguimos implementar nas nossas empresas. Então, é essencial acompanhar esse ritmo."
Conforme o executivo, muitas áreas estão sendo digitalizadas, apoiadas em mobilização, desintermediação e automação. Na opinião dele, aquilo que era ficção científica está se tornando realidade, e tudo que era considerado disruptura é o novo normal. O resultado disso é que nunca foi tão fácil uma empresa pequena competir com gigantes, tendo enormes chances de vencer. "As ameaças são para muitos - e se olharmos somente para elas, paralisamos -, mas as oportunidades são infinitas, e poucos saberão identificar e aproveitar esses momentos", afirmou.
Ao relatar as novidades que conferiu na China, o palestrante citou o fenômeno do Cross Border, que são as compras que brasileiros fazem em sites do exterior. Segundo ele, em 2017, foram movimentados R$ 10 bilhões, o que significa 23% de todo ecommerce no Brasil. Para exemplificar o motivo de olharem para o país asiático, Resende falou no Wechat - um aplicativo que envolve uma enorme gama de serviços na mesma plataforma. Na visão do executivo, o app foi responsável pela maior inclusão digital da humanidade. "Eles estimam economizar cerca de três horas por dia na vida das pessoas", informou.
Outra iniciativa chinesa apontada foi o Alibaba, que tem trazido digitalização ao varejo físico. "É a tecnologia sendo levada para o offline. Ou seja, não é transformar tudo em online, mas unir os dois ambientes na mesma plataforma", enalteceu o palestrante, que ainda indagou: "O que estamos trazendo da China para nossas empresas? Uma nova forma de encarar os negócios". Para ele, é importante que o varejo pense um ecossistema de empresas de forma que colabore com a capacidade de entender o cliente. E como se faz isso? Conforme Resende, coletando dados. Ele explicou que os chineses são obcecados por isso, pois permite "dar o produto certo, para o cliente certo, na hora certa e pelo preço certo".
Outro aspecto levantado na explanação como essencial que seja observado pelos empreendedores é o fato de surgir uma nova geração a cada cinco anos - seja de consumidores ou de lideranças. Resende alertou para a necessidade de entender que o comando será dos jovens muito rapidamente, então, é preciso acelerar o processo de transição nas empresas. E finalizou: "É necessário que haja um engajamento da cultura digital em todos os níveis da organização, desde a diretoria, passando por toda equipe".
O evento tem cobertura em tempo real realizada pela equipe do portal Coletiva.net, com apoio do Grupo Record RS.