A tendência do consumidor gaúcho e o ajuste fiscal doméstico

A análise das últimas pesquisas realizadas pelo IPO ? Instituto Pesquisas de Opinião no RS indica que no primeiro semestre de 2015 os consumidores …

01/09/2015 17:37 / Atualizado em 08/09/2015 16:55
A análise das últimas pesquisas realizadas pelo IPO - Instituto Pesquisas de Opinião no RS indica que no primeiro semestre de 2015 os consumidores começaram a restringir o consumo hedônico (a compra por estímulo ou modismo). No segundo semestre o consumidor deverá revisar os seus hábitos de consumo, o planejamento dos gastos e a sua lista de compra. Tal ação resultará na restrição ou o corte de produtos e serviços supérfluos, na avaliação de cada família e fomentará a decisão de compra mais utilitária (utilidade ou benefício do bem ou serviço). Os dilemas da maior parte dos consumidores, em especial dos consumidores da chamada nova classe C, centram-se nas seguintes lógicas:
  1. Comprometimento da renda familiar = Os consumidores acessaram financiamento de diferentes bens de consumo duráveis e comprometeram a renda da família por um longo período, sendo que 1/3 dos gaúchos avalia que "terá que abrir mão de algum bem ou rever o financiamento, por estar mais endividado do que o normal".
  2. Necessidade de reaprender a lidar com a inflação = Com a perceptível diminuição do poder de compra o consumidor que estava acostumado a um cenário de estabilidade econômica terá que reaprender a consumir. A necessidade deste reposicionamento já "está na mesa" das famílias comandadas por gaúchos acima de 40 anos de idade e com envolvimento na gestão do orçamento doméstico antes do plano Real. Entretanto, a população abaixo dos 40 anos está observando o cenário, sem pensar em medidas de contenção de gastos e com a sua indignação com a política e os políticos acima da média.
  3. Reaprender a fazer pesquisa de preços = A tendência é que o consumidor tenha que fazer um ajuste fiscal doméstico, revendo as suas contas pessoais e decidindo as novas compras em função de sua necessidade, motivando a retomada da pesquisa de preço e análise dos diferenciais competitivos (qualidade X preço X forma de pagamento). Um consumidor que irá reaprender a pedir desconto, pechinchar!
  4. As tecnologias como aliadas no processo de decisão de compra = Neste cenário de planejamento doméstico, pesquisa de preço e pechincha as tecnologias se tornarão uma ferramenta em prol do ajuste fiscal doméstico, em especial, dentre a população com menos de 40 anos. O varejo deve se preocupar com aplicativos, divulgação do produto na web e adesão a toda e qualquer nova ferramenta de contato com o consumidor, tendo como premissa que este consumidor irá tomar a decisão com as "informações disponíveis na palma da mão".
É importante frisar que em época de crise, o diferencial competitivo dos pontos de venda presenciais estará na recepção, no atendimento, na acolhida ao cliente. O consumidor irá avaliar a necessidade do gasto, de acordo com a demanda de sua família. Neste contexto, de decisão de compra utilitária (pela necessidade) o "bom atendimento" terá um papel tão importante quanto o preço/ desconto.