O eleitor não sabe votar ou o partido não sabe escolher?

O processo eleitoral se avizinha e logo os partidos políticos terão que lançar os seus candidatos a prefeito e a vice-prefeito. Esta escolha geralmente …

05/07/2016 18:37 / Atualizado em 10/12/2016 11:08
O processo eleitoral se avizinha e logo os partidos políticos terão que lançar os seus candidatos a prefeito e a vice-prefeito. Esta escolha geralmente ocorre em função das forças políticas que se constituem em um diretório partidário: ganha o direito de ser candidato o pré-candidato que tem mais capacidade de angariar apoio dentro de seu partido. Muitos partidos apresentam seus candidatos e após uma derrota eleitoral afirmam: o eleitor não sabe votar! O eleitor analisa as opções do cenário eleitoral e diz: os partidos não sabem escolher seus candidatos! Um ciclo vicioso que poderia ser quebrado se os partidos observassem as demandas e os anseios dos eleitores, em especial, em um cenário de terrificante instabilidade política. O IPO - Instituto Pesquisas de Opinião mapeou os principais atributos que os eleitores esperam de um candidato a Prefeito ou a vice-Prefeito. ?  Ficha limpa (não estar sendo processado pela justiça eleitoral/ não pode ter o risco de ser considerado ficha suja). Com a era "lava Jato" este é principal indicador de um bom candidato. ?  Ter caráter/ ser integro/ honesto = O eleitor deseja um candidato Ficha Limpa do ponto de vista legal e integro do ponto de vista moral. O candidato precisa ser reconhecido pela comunidade e por seus pares como uma pessoa de palavra, que cumpre o prometido. Vivemos um momento em que a moralidade pública é um elemento  sine qua non para a sociedade (Ficha limpa + integridade/ honestidade). O eleitor simplifica o princípio: "se não posso confiar como pessoa, não posso confiar como político". ?  Experiência como gestor = Experiência administrativa/ política mínima, com capacidade de gerir projetos, pessoas. Esta característica é avaliada pelo eleitor tanto do ponto de vista de experiência como de formação. O currículo do candidato e sua trajetória são de suma importância para atestar condição mínima de gerir as demandas sociais. ?  Capacidade de negociação/ saber ouvir as pessoas = Em um momento de instabilidade política, os eleitores desejam um representante que tenha a capacidade de mediação política, de ?ouvir as pessoas?, discernimento e sensibilidade para compreender as demandas e buscar uma solução com menor percentual de conflito possível. Os eleitores rejeitam os candidatos arrogantes, que se ?sentem donos da verdade? e que não tenham a capacidade de negociar. O princípio de decisão do eleitor é simples e está associado a origem da democracia representativa: quem representa precisa ter a capacidade de apresentar a melhor saída para as partes envolvidas, devendo sempre primar pelo interesse público em detrimento do interesse pessoal. ? Ação pelo bem-comum. = Ter tido mandato, ter vivenciado ou sido gestor de um projeto social, trabalhado em prol de uma comunidade, "ter colocado a mão na massa sem esperar nada em troca". A decepção dos eleitores com a política e os políticos amplia o anseio por um candidato que coloque em primeiro lugar a capacidade de governança. Na fórmula dos eleitores este conceito aglutina, de certa forma, a maior parte dos atributos anteriores: pessoa íntegra + com experiência + com capacidade de mediação + ação efetiva de projeção ou execução de projetos sociais = político que se deseja, que irá entender e representar a sociedade. A premissa dos eleitores desenvolve uma fórmula básica, tão básica que remonta os princípios mais elementares da representação política.