Uma campanha eleitoral em multitelas

A campanha eleitoral no rádio e na TV começa neste dia 26 de agosto. Será uma eleição diferente. Seja pela descrença do eleitor em …

23/08/2016 12:57 / Atualizado em 10/12/2016 11:06
A campanha eleitoral no rádio e na TV começa neste dia 26 de agosto. Será uma eleição diferente. Seja pela descrença do eleitor em relação à política e aos políticos na era da Operação Lava Jato, seja pelo empoderamento dos eleitores a partir das redes sociais. Pesquisas realizadas pelo IPO, em cidades de diferentes portes do RS, indicam que esta será uma campanha de multitelas: o eleitor estará assistindo ao programa eleitoral e comentando no smartphone, para o bem ou para o mal dos candidatos. O início das campanhas será marcado pela "tendência de um terço": 1) Um terço dos eleitores afirmam que assistirão ao horário eleitoral gratuito na TV ou no rádio. Esta tendência varia de cidade para cidade. A TV será predominante, sendo substituída pelo rádio somente em cidades que não haja programa eleitoral pela TV. Em ambos veículos de comunicação, a tendência é de que o público seja composto por pessoas com maior faixa etária, acima de 35 anos e expoentes das classes C, D e E, em especial, de famílias com renda de 1 a 2 salários mínimos. 2) Em cidades de médio e grande porte 60% dos eleitores estão conectados às redes sociais. Em cidades de pequeno porte, este percentual chega a 30%. Dentro destes percentuais de utilização, inicialmente um terço dos eleitores declaram que acompanharão o pleito através das plataformas digitais. Em especial, a população com idade inferior a 35 anos e com renda familiar acima de 3 salários mínimos. Com o andar da campanha, a mobilização dos candidatos e pela necessidade de escolher "o menos pior dos candidatos" os eleitores se integrarão nas multitelas. Ou seja, quando o eleitor se integrar ao "tempo da política", assistirá um programa de TV ou escutará o programa de rádio tendendo a responder apelos interativos dos candidatos a fim de se manifestar nas redes sociais. Como a ação será para o bem ou para o mal, se o eleitor perceber algo que o desagrade ou não seja verdadeiro poderá, instantaneamente, repreender um programa ou comercial, registrando a sua indignação nas redes sociais. O eleitor terá a grande tela na frente e a pequena tela na mão. Se a grande tela não for verdadeira, a pequena tela mostrará como o eleitor critico deste pleito estará atento. Quem desconsiderar a força da pequena tela, verá o resultado de uma tela menor ainda, a da urna eletrônica.