Superação de Dudu Purper conquista a mídia nacional

A atenção da mídia nacional esteve voltada nesta terça-feira, 24, para a história de superação do estudante do 6° semestre de Jornalismo do Centro Universitário Metodista IPA Edurdo Purper. Dudu, como é conhecido pelos colegas, é portador de paralisia cerebral desde o seu nascimento e, por isso, não anda, não escreve e tem apenas 20% da visão. Apesar de todas as dificuldades, conseguiu vencer mais uma etapa em sua vida ao ter aprovada sua monografia "Análise semiológica de narrações de futebol". A banca, que foi composta pelos professores Paulo Finger e Militão Ricardo e pela professora orientadora Maricéia Benetti, concedeu a nota 9,5 para o estudo realizado de forma inédita: totalmente gravado em 80 minutos de áudio. 

O assunto recebeu destaque na imprensa brasileira e foi a matéria que encerrou a edição de ontem do Jornal Nacional, no qual a apresentadora Fátima Bernardes definiu o acadêmico como "um brasileiro vitorioso e especial". Após a exibição da reportagem em rede nacional, mais de 400 pessoas deixaram recados de incentivo na página pessoal de Dudu do site de relacionamentos Orkut. Equipes de televisão da Band, TVE e RBS TV, além de representantes do Sindicato dos Jornalistas e da mídia impressa também cobriram a banca, que ocorreu na tarde desta terça-feira. O fato, que é capa da Zero Hora de hoje, ainda foi abordado por sites como g1, zerohora.com, Terra, UOL e pelo blog da jornalista Rosane de Oliveira, entre outros. A equipe do Fantástico, da Rede Globo, entrou em contato com Dudu para gravar uma matéria. A confirmação será feita ainda nesta tarde. 

Quando o estudante se formar, em julho de 2009, será o primeiro jornalista do Rio Grande do Sul com paralisia cerebral, segundo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado. Dudu apresenta o programa "A Palavra é Sua," que é transmitido via internet pela Rádio IPA e vai ao ar às quartas-feiras, a partir das 11h, com duração de 30 minutos. Ele participa da ONG Pró-Inclusão e já palestrou para professores e estudantes em diversas instituições de ensino e também tem experiência como escritor. Aos 14 anos, lançou o livro "Purper é gol", que trata de futebol e tem prefácio assinado por Ruy Carlos Ostermann. ?Na época eu tinha mais habilidade do que hoje para escrever porque eu treinava mais. Com a canetinha acabei escrevendo mais de cem páginas durante as sessões de terapia ocupacional, que foram reduzidas para 64 no livro?, diz.