O dia em que o pau comeu entre o Millôr e o Chico

Com a palavra, o gênio do cartum, Jaguar, em entrevista aos idiotas do Casseta & Planeta: “O Millôr brigou com um monte de gente, …

06/01/2014 00:00
Com a palavra, o gênio do cartum, Jaguar, em entrevista aos idiotas do Casseta & Planeta: ?O Millôr brigou com um monte de gente, e a briga mais séria que ele teve, que eu saiba, foi com o Chico Buarque. Alguém perguntou pro Millôr numa entrevista o que ele achava do Chico Buarque e ele disse assim: 'Eu não confiaria o meu cachorro pra passear com ele na praia'. Mas aí o Millôr estava lá no Antonio's com a Cora Rónai quando chega o Chico de porre e fala: 'Pô, o que que você tem contra mim?'. E aí o Millôr não responde nada e o Chico foi e deu uma cusparada no Millôr. O Millôr pegou e jogou uma garrafa de Johnnie Walker, errou e quebrou ela ao meio. O Chico deu outra cusparada. Acertou. O Millôr jogou o saleiro, o serviço, todas as coisas que estavam na mesa, só faltou jogar a Cora Rónai. Errou. Aí o pessoal veio, separou e tal. Então eu contei essa história no  Pasquim  sem citar nomes: o maior humorista brasileiro e o maior compositor brasileiro brigaram e coisa e tal. Aí estou lá em Vila Isabel, aí o Perna vira e diz: 'Pô, que coisa chata que aconteceu entre você e o Gil'. O outro chegava e dizia: 'Pô, aquela briga entre o Milton Nascimento e o Ziraldo, hein?'. Deu na BBC ?O consumo excessivo de álcool causa 2,5 milhões de mortes todos os anos no mundo.? Atenção, pessoal. Vamos beber mais. Ou melhor, bebam mais, muito mais. Já que os governos não tomam medida nenhuma pra combater a superpopulação, vamos no vai ou racha. Além do álcool, AIDS e assassinatos também são uma boa. Mexam-se, seus moloides. Star Wars   vs Doctor Who  ?Fãs das séries  Star Wars e  Doctor Who bateram boca ? e por pouco não chegaram à agressão física ? durante um evento na cidade de Norwich, no leste da Inglaterra. Ninguém ficou ferido.? Estou com o pessoal do Doctor Who. Adoraria desligar uns sabres de luz ou, em último caso, amassar uns dois ou três narizes. Deu no Correio do Povo ?Mistério mata três em Livramento.? Será que um pitbull ou um bandido famoso, chamado Mistério, atacou novamente? Não, aí a palavra deveria vir entre aspas. Será que aconteceu algo tremendo em Livramento e três pessoas não aguentaram de tanta curiosidade? Se fosse assim, o fato esse teria dado manchetes anteriores, com certeza. Será que três leitores do Edgar Allan Poe tinham coração fraco? Ou os ditos cujos deram com a Trindade, girando entreverada sobre si mesma e soltando faíscas como num efeito especial hollywoodiano? Pensei isso tudo apenas ao olhar a manchete. Sim, sou ágil e imaginativo. Mas não tão ágil nem imaginativo a ponto de pensar que mais uma vez um jornalista não sabia o que estava escrevendo. Cem anos de má vontade Em maio de 2013, Fernando Vallejo lançou Peroratas, pela editora Alfaguara, com um capítulo inteiro criticando García Marquez: ?Um século de solidão?. Com ironia, Vallejo comenta o primeiro parágrafo de Cem anos de solidão. Lembra a primeira frase: ?Muchos años después, frente al pelotón de fusilamiento, el coronel Aureliano Buendía había de recordar aquella tarde remota en que su padre lo llevó a conecer el hielo?, e pergunta, com agressividade: ?Muitos anos depois de quê, Gabito? Da criação do mundo??. Não, Vallejo, muitos anos depois da tarde remota em que o pai levou o futuro coronel para conhecer o gelo. Sou totalmente favorável a pegar no pé dos grandes autores, mas também sou totalmente favorável a fazer sentido. Deu no Observatório da Imprensa Marcos Caldeira Mendonça entrevistou Adélia Prado. Com a palavra, a poeta: ?Uma vez, numa leitura de poemas, quando as pessoas fazem perguntas ao final, minha neta Bibi, muito pequena ainda, levantou a mão para perguntar também. A mãe cochichou-lhe qualquer coisa do tipo: fique quietinha, só gente grande pergunta. Ao final perguntei à menina: o que você ia perguntar à vovó? Ela respondeu: se você ia dormir lá em casa?. Ou M. C. M. ? Nenhum leitor apaixonado por livros terá tempo suficiente para ler todas as boas obras. Essa limitação humana é uma angústia ? ou pelo menos um aborrecimento ? para a senhora? A.P. ? Nenhuma angústia, nenhum aborrecimento. A gente lê o que pode e está muito bom. Alguns clássicos, pelo fato de serem clássicos, suprem muito bem a demanda. E há alguns livros que são tão especiais que de tempos em tempos os relemos. Todo autor tem um grupo que o acompanha e para o qual diz alguma coisa importante. Deve ser assim que funciona.