Os filmes 'Torre' e 'Apenas o que você precisa saber sobre mim' encerraram nesta sexta-feira, 24, a exibição da mostra de curtas-metragens brasileiros no Festival de Cinema de Gramado. Nesta manhã, 25, as diretoras Nádia Mangolini e Maria Augusta Nunes participaram da coletiva de imprensa sobre as produções e, dentre os assuntos abordados, estiveram, majoritariamente, temas sociais como a ditadura miliar e a transexualidade.

Formada em História, Nádia decidiu fazer um documentário sobre a ditadura militar para relembrar o passado brasileiro. "Aprendemos a não enterrar nosso passado", declarou. A diretora de 'Torre' contou que o grande desafio foi transformar uma hora de entrevistas em 15 minutos, e que, dos cinco anos de produção, dois foram tomados pela criação do roteiro. Nádia revelou, ainda, que conversou com diversas famílias, no entanto, quando encontraram os filhos de Virgílio Gomes da Silva - o primeiro desaparecido político dos tempos de chumbo - decidiram contar apenas suas histórias.

Há 10 anos pensando em contar uma história sobre questões de gênero, Maria Augusta retomou a ideia por achar importante trazer a representação da transexualidade. "O Brasil é o país onde mais homossexuais são mortos", lamentou a diretora de 'Apenas o que você precisa saber sobre mim'. Desde o início da produção, ela gostaria que a personagem fosse interpretada por uma transexual e, após abrir uma chamada nas redes sociais, encontrou Alice. "Foi essencial, pois foi mudando o roteiro de acordo com o que ela me apontava", revelou Maria Augusta.

Com o apoio do Banrisul e Canal Bah!, a equipe de Coletiva.net realiza a cobertura em tempo real do Festival de Cinema. Ao longo da programação, a editora do portal, Gabriela Boesel, as repórteres Júlia Fernandes, Luana Nyland e Patrícia Lapuente, a publisher Márcia Christofoli, o social media Felipe Ramires e o fotógrafo Rafael Linck produzirão conteúdo sobre o evento e seus bastidores, além de alimentarem as redes sociais com tudo o que está acontecendo em Gramado.