Walter Longo chama atenção para cenário de mudanças e capacidade de adaptação

Aplaudido em pé, mentor de estratégia e inovação do Grupo Newcomm encerra programação do segundo dia

04/06/2009 20:04
?Inovação é simplicidade; é fazer diferente aquilo que todo mundo faz igual; é um estado de espírito; é uma filosofia de trabalho; é um modo de vida. Só inova quem tem coragem de ousar, de questionar briefings e hierarquias, de eliminar subserviência e comodismo. Inovação é muito mais uma questão de ótica do que fibra ótica.? Foi com esta mensagem, sendo aplaudido em pé por cerca de quatro mil pessoas, que o mentor de estratégia e inovação do Grupo Newcomm Walter Longo encerrou a programação do segundo dia do 17° Festival Mundial de Publicidade de Gramado.  No painel intitulado 'Inovação e Vanguarda na utilização de meios e ferramentas', o publicitário chamou atenção para a capacidade de adaptação e revisão de paradigmas diante do cenário atual de mudanças, que, segundo ele, é o único estado permanente. ?Criamos paradigmas desde que nascemos e, com o passar do tempo, essas certezas vão ficando arraigadas, por isso, há resistência à mudanças. A revisão de paradigmas é o que diferencia as pessoas e empresas de sucesso daquelas que não vão chegar lá?, decretou. Walter explicou um termo que usa com freqüência, seja em negócios ou palestras: o Tesarac. Criado por Shel Silversteins, define períodos da história em que mudanças sociais e econômicas alteram a sociedade. ?Nesse processo, muitas vezes, as coisas velhas vão morrendo, mas as novas não conseguem substituí-las. Então, é preciso destruir para construir?, disse.  Entre essas modificações, citou costumes, comportamento, ética, tecnologia e, até mesmo, do envelhecimento da população. Em sua opinião, tudo muda ao mesmo tempo e é necessário entender o fato para uma comunicação relevante. ?Por que, então, deveríamos acreditar que tudo deve ser criado, veiculado e mensurado da mesma forma como vínhamos fazendo há 30 anos??, questionou. Boliche versus Fliperama ?Achar que comunicação é aquilo que aprendemos na escola, é um pouco inocente.? Walter comparou a forma de fazer comunicação de antigamente com a de hoje como jogar boliche e fliperama, respectivamente. ?Antes, mirávamos nos pinos, o público, e jogávamos a bola. Hoje, você joga a bola, ela acerta os pinos, volta e rebate. É flexível, imprevisível, interativa e caótica!?, avaliou. Publicidade e conteúdo estão cada vez mais casado, de acordo com ele, que exemplificou citando novas ferramentas como advergames, downloadvertising, documerciais e web series. O publicitário acredita que o mundo digital abriu fronteiras sem precedentes na imaginação humana. ?Os próximos anos serão muito divertidos e serão vocês que estarão no comando.? Ele ainda destacou que a publicidade digital cresce três vezes mais que a tradicional e que a mídia digital terá um impacto inédito e consequências inesperadas. ?Claro, ainda há muita gente que prefere sentar na frente da TV e interagir com a geladeira. Mas, antes eram os jornais e a televiso que elegiam e derrubavam presidentes, hoje não?, afirmou, referindo-se ao presidente dos EUA, Barack Obama, que teve o Twitter como um dos principais aliados para obter apoio dos jovens. Para o publicitário, as mídias tradicionais ainda têm vida longa, mas precisam se reinventar e ter noção do cenário de mudanças. A mídia digital, conforme afirmou, deve ser encarada como um novo ambiente de relação e, não, um canal de comunicação, pois o envolvimento é muito maior. ?Com a mídia tradicional fazíamos sexo, com a digital, amor?, ilustrou.  O publicitário tem em seu currículo experiências como a direção regional para a América Latina do Grupo Young & Rubicam; a presidência no Brasil da Wunderman Worldwide; e a presidência da empresa de TV por assinatura TVA. Também é autor de diversas publicações na área, entre elas, o livro 'Tudo que você queria saber sobre propaganda e ninguém teve paciência de explicar'.