Futuro do trabalho está centrado nas 'soft skils'

Coaching e consultora revela quais as competências necessárias para o trabalhador do futuro

Características do profissional do futuro é tema de palestra - Divulgação/Coletiva.net

Cerca de 80% das carreiras que são conhecidas hoje desaparecerão em 2025. Esta é a chamada da palestra que a coaching e consultora da Sou, Shaíze Roth, apresentou para contar ao público como será o futuro do trabalho e quais as competências necessárias para continuar no mercado de trabalho. O bate-papo informal, que aconteceu no Festival da Transformação 2018, neste sábado, 24, lotou a sala de aula localizada na ESPM-Sul. No encontro, a também psicóloga decretou: é preciso desenvolver as soft skils - características que competem à personalidade e comportamento do profissional, como aptidões mentais, emocionais e sociais.

Segundo Shaíze, a pirâmide de trabalho, com um gestor na ponta e a base formada por funcionários, está mudando e se tornando um losango. Isso porque os robôs e sistemas automatizados estão assumindo as atividades de repetição e burocráticas, levando os profissionais a se focarem em demandas que exigem alto potencial. Outro ponto destacado pela coaching é de que a gestão de pessoas diminuirá, pois o novo chefe levará ao pé da letra a palavra colaborador. A busca por pertencer e criar projetos pessoais ou na empresa é o que será almejado, ao invés de subir na carreira por meio de cargos mais importantes do que outros. Com isso, aprender, desaprender e reaprender será um ciclo necessário para a evolução profissional.

Dentre os novos tipos de gestão aplicados hoje, Shaíze citou o de squads, utilizado no Spotify, no qual grupos de pessoas, que têm competências complementares, formam diversas equipes de trabalho com o objetivo de solucionar ou criar determinados projetos. A holocacia é outro modelo, o qual consiste no poder de ser distribuído entre todos, além da liberdade e autonomia de gerenciamento para tomar decisões baseadas nos alinhamentos. Ou seja: não há hierarquia. "Nosso problema é a gestão. Não conseguimos lidar com poder e ego", disse a consultora, ao responder a uma pergunta sobre como aplicar estes modelos no Brasil. O último modelo citado foi o aplicado na fábrica americana de tomates Morningstar, o self- management, onde toda cadeia produtiva é autogerenciável e todos são responsáveis pela realização e coordenação de suas atividades com os seus colegas.

Shaíze citou cinco premissas para evoluir em um cenário exponencial: tolerância, experimentação, pensamento colaborativo, empatia e colaboração. Aliadas a elas estão as habilidades do futuro, a exemplo de criatividade, originalidade e iniciativa, não necessariamente centradas para criar novidades, mas também, fazer melhorias. Outro ponto fundamental é não parar de estudar, bem como passar o conhecimento adquirido adiante.

Por fim, foram citadas como características fundamentais resiliência, flexibilidade e adaptabilidade, a exemplo de aceitar lidar com críticas e ter um robô realizando algumas funções - e estar tudo bem. Inteligência emocional para, assim, decifrar as pessoas será um diferencial. Assumir que não sabe de tudo, e reconhecer os gatilhos de explosão, será outro ponto importante. "Se não sabermos nos gerir, como faremos com os outros?", enfatizou, ao salientar a relevância de saber trabalhar em equipe e ter inteligência coletiva.

A equipe de Coletiva.net, em parceria com o Multiverso IPA, acompanhará toda a movimentação do evento. Com apoio do Grupo RBS e Sicredi, jornalistas e estudantes alimentarão o portal e as redes sociais durante os dois dias do FT 2018.

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