Pensar em estratégias de comunicação faz parte do dia a dia de Melissa Garate, gerente do HUB Comercial Digital do Grupo RBS, e foi sobre isso que ela falou em sua palestra no Festival de Interatividade e Comunicação 2019, na tarde desta segunda-feira, 28. Cerca de 100 pessoas acompanharam a apresentação no Auditório 1, da Unisinos Porto Alegre. "As marcas focam toda a energia nos canais digitais, pois existe uma crença de que este é o futuro, mas não podemos deixar de olhar para o passado", defendeu a palestrante.

No começo de sua explanação, Melissa questionou: "O que se faz com os canais tradicionais? Com os comerciais de TV? Abandonar não acho que seja o melhor caminho", defendeu, complementando que, para ela, hoje, "falar só de digital é tão antigo quanto falar somente de TV aberta". A resposta para o questionamento de qual é o meio mais eficiente para atingir o público, segundo a convidada, não existe, pois a questão, acredita, não é o canal nem o formato de mídia, mas sim como é a melhor maneira de atingir e impactar o público.

Ao apresentar dados, mostrou que 70% de brasileiros estão conectados e, no Rio Grande do Sul, este número aumenta para 81% da população. Contudo, isso não significa que essas pessoas estejam 100% do tempo na internet, isto é, não dá para tocar todas as fichas na web. "Temos que olhar a jornada das pessoas, que são diferentes e têm hábitos distintos", explicou Melissa, ao exemplificar que tem gente que acorda e a primeira coisa que faz é pegar o celular. Por outro lado, há quem liga o rádio para ouvir notícias, outros se arrumam vendo TV e pessoas que tomam café da manhã lendo jornal. "Como falar com essas pessoas?", perguntou.

Para ela, a TV ainda é o meio com maior capacidade de alcance, atingindo todas as faixas etárias e classes sociais, além de influenciar na cultura e nos assuntos das pessoas. De acordo com dados apresentados por Melissa, 37% das pessoas navegam na internet pelo celular, 44% ouvem rádio diariamente, para 27% dos indivíduos o rádio é o principal meio de entretenimento, e 20% ouvem rádio pelo smartphone. Ainda, disse que jornal e revista têm relevância porque as pessoas acreditam nesses meios, 40% confiam nos jornais impressos e 31% gostam de ver publicidade na mídia impressa.

Sobre serviços de streaming, Melissa informou que eles têm penetração considerável, porém, a audiência ainda é pequena se comparado à TV aberta. Além disso, há uma queda no número de assinantes. A Netflix, por exemplo, chegou no Brasil em 2011. Em 2017, apresentou 23% de crescimento, neste ano terá 14% e até 2022, a previsão é de que chegue só a 5%. "Isso representa uma mudança de comportamento", avaliou ela e alertou: "Cuidado ao pensar que canais tradicionais estão perdendo força".

Para ela, o ideal é manter um cenário de complementariedade. "É preciso equilíbrio de presença nos canais, pois o consumidor não funciona de forma integrada com os meios", defendeu e disse que, em média, as pessoas usam até três fontes de informação sobre as marcas e os serviços. Melissa também informou que acredita que a estratégia ideal é aquela que combina os meios, campanhas que incluem TV, rádio e digital, que podem aumentar em 90% a interação e a percepção da marca cresce em até 68%.

Ao final, Melissa apresentou 10 dicas para melhor trabalhar a estratégia de campanha, visto que cada negócio tem uma necessidade de comunicação diferente, ou seja, não é questão de adaptar a mesma informação aos meios. "É preciso entender a necessidade de cada mídia. Não tem certo nem errado na integração dos meios. Isso está relacionado à jornada do consumidor", afirmou, informando, ainda, que 51% dos consumidores dizem que campanhas multimídias são uma boa forma de se comunicar.

A cobertura online está a cargo dos repórteres Bruno Dornelles, Ilana Xavier, Gabriela Boesel, Márcia Christofoli e Patrícia Lapuente. O portal é alimentado, bem como as redes sociais - Facebook, Twitter e Instagram, com fotos, reportagens e transmissões ao vivo. Esta cobertura conta com o apoio da BriviaDez e do Grupo RBS.