Mais energia!

Um dos grandes mistérios ainda não totalmente esclarecidos(há teorias que explicam parte dele) é o da energia. Nossa energia, a energia vital. O que, …

18/11/2014 18:01 / Atualizado em 25/11/2014 18:03
Um dos grandes mistérios ainda não totalmente esclarecidos(há teorias que explicam parte dele) é o da energia. Nossa energia, a energia vital. O que, além de nos fazer mover, nos mantem em movimento. A energia está diretamente ligada à motivação, mas uma coisa não é a outra. A motivação nos impele ao movimento, à ação. Mas somente se tivermos energia realizaremos a ação ou movimento em questão. Sabe-se que a depressão é um escoadouro de energia, mas não sabe-se exatamente o que mantém nossos níveis de energia. Há as explicações psicológicas, as explicações espirituais, biológicas. Mas me confesso frustrado, ainda à busca do Big Bang que faz com que, assim como de uma semente brote uma árvore gigantesca(de uma única semente), igualmente haja a criação de energia para a formação do ser humano e posteriormente a sua manutenção em níveis elevados - ou não. Fiz esta breve reflexão ao ler notícia de que os construtores de condomínios estão muito mais preocupados com a energia do que antes. Estamos cada vez mais dependentes da energia do que há poucos anos atrás, tudo move-se, é alimentado e portanto funciona a partir dela. Quer ansiogênico maior do que impossibilitar um proprietário de smartphone(80% dos acessos à Internet são feitos a partir de aparelhos móveis, por exemplo) de carregar o seu equipamento? Claro que há questões ainda mais fundamentais, como manter ligado um refrigerador. Some-se a esta lista computador, notebooks, tablets, chuveiros elétricos, ventiladores, condicionadores de ar, enfim a lista é enorme. Indo um pouco mais adiante - e aí foi a gênese desta reflexão - fiquei pensando que, tal como os condomínios, os seres humanos são exigidos muito mais. Sua energia deveria tender a infinito, para atender a jornada de trabalho cada vez mais longa, deslocamento para casa, vida social, prática de esportes, etc. Estamos cada vez mais próximos daquela expressão antiga que dizia que o dia deveria ter 25 horas. Ou quem sabe, 36. Como serão atendidas estas demandas? A de energia para residências talvez através de energia hidrelétrica, solar, eólica, equipamentos com autonomia cada vez maior. Digo talvez porque eventualmente esta equação chegue ao esgotamento. Não posso ser afirmativo por não ser especialista na área e acredito que mesmo estes não possam prever o futuro a este ponto. E a demanda humana por energia? Até quando o ser humano conseguirá aumentar a sua produtividade no trabalho, as suas horas de atividade e reduzir as horas de sono? Conseguirá ele, a exemplo dos equipamentos que opera, ser realmente multitarefa, sem prejuízo da atenção e da profundidade do que faz, lê, interage? Este limite acredito que esteja bem mais próximo. Nos dois casos, talvez a alternativa seja a revisão da equação. Não simplesmente ir injetando quanta de energia de forma crescente. Talvez uma nova divisão de tarefas. Talvez um novo jeito - que seja apreendido pelas pessoas - de viver a vida. Talvez um novo jeito de ver a vida. O que vejo até agora é a mesma equação(necessidade de mais e mais energia, com mudanças pequenas na forma que as coisas acontecem) sendo repetida indefinidamente, sem desprezar os pesquisadores e as fantásticas evoluções que obtiveram. Mas ainda é mais do mesmo. Ou, para ser mais preciso, é muito mais(energia) do mesmo(lugar). Livro
Recebi gentilmente da L&PM um exemplar do livro de Fernando Pessoa: " Poesias Inéditas e Poemas Dramáticos". O autor está - como sempre - incrível. Fernando Pessoa escreve com talento(óbvio) e com uma fina ironia que o acompanha em muitos momentos. Poemas dramáticos, vindos de um poeta, são quase uma redundância(ao menos no caso dele). O poeta tende a ver as coisas de forma mais intensa, seja colorida ou em tons de muito cinza. No caso de Fernando Pessoa, eu diria em tons de paixão e alegria. Vale muito a pena!