De braços abertos para a terceirização

Depois da Via Sacra, Cristo chega ao Golgotá. A crucificação será noturna, porque é dia de folga dos centuriões da guarda principal e os …

24/04/2015 18:47 / Atualizado em 04/05/2015 14:22
Depois da Via Sacra, Cristo chega ao Golgotá. A crucificação será noturna, porque é dia de folga dos centuriões da guarda principal e os centuriões temporários erraram várias vezes o caminho até o Monte Calvário. Agora Cristo está deitado na cruz e sofre, sofre muito. Os dois centuriões encarregados dos martelos e cravos já estão tentando pela quarta ou quinta vez fixar Cristo nos travessão. Inexperientes na função, mal pagos, não conseguem acertar a palma das mãos do Filho de Deus. Os cinco dedos já viraram oito ou nove. Mesmos os dois ladrões ao lado foram mal amarrados às suas cruzes e caíram. Um deles ficou pendurado, por pouco não é enforcado. Um temporal já se armou, só vai atrasar mais ainda a crucificação. O expediente já foi além do horário mas hora extra não existe. Bufando de impaciência com tanta incompetência, o centurião-chefe chama o vice-centurião: - Porque demoram tanto com um trabalho tão rotineiro, hein? - Bem, sabe como é, o Império Romano dediciu em investir em mão de obra barata. E esses soldados folguistas só sabem matar com espada, martelar não é do ofício deles. Olhe lá, já tão erguendo o Messias, parece bem firme dessa vez.

No Brasil, todo mundo quer enrabar todo mundo. Pena que não é sexualmente.

Falta pouco para aumentar o número de indigitados no país: assim que a inflação passar para dois dígitos.

A estatística sobre assaltos podia ser menor, se ao menos os estatísticos não fosse assaltados.

 

Da série DÚVIDAS QUE SÓ A MODERNIDADE TRAZ

 
Palíndromo da semana:

É MUDEZA? É SURDO? O DR. USE AZEDUME.

(Para Dráuzio Varela)
 

Decálogo de coisa nenhuma

I Onde impera o nada, nem imperativos há. II Se nada cabe em parte alguma, o resto não tem cabimento. III Nada é igual a nada, por isso nada se parece com nada. IV Nada mais nulo que o nada, a não ser mais nada. V Nada pode ser descrito. Basta não descrevê-lo. VI Nada contém nada. Então, continente e conteúdo nada são. VII Nada demais é sempre muito nada. VIII Nada pesa. Pese o nada e confirme. IX Nada leva a nada. Assim nada se desloca. X Nada é eterno. Logo, a eternidade também é nada.