"Ideias coletivas nascem das pessoas", define colombiano em palestra sobre Medellín

Santiago Uribe falou sobre como a cidade colombiana deixou de ser vista pela violência e, sim, pela inovação e resiliência

Uribe fala sobre inovações em Medellín, na Colômbia - Divulgação/ Coletiva.net

'Medellín 1985 - 2015. Transformação urbana e social, uma expressão de resiliência' foi o tema apresentado na palestra de Santiago Uribe, que coordena o escritório de Resiliência de Medellín, na Colômbia. Na apresentação, ocorrida na tarde deste domingo, 25, ele, em espanhol, informou que o município está entre as 100 cidades mais resilientes do mundo, como Montreal, Londres, Panamá, Paris e Porto Alegre. "Ideias coletivas nascem das pessoas", resumiu.

Em sua sétima vinda à capital gaúcha, Uribe falou, inicialmente, sobre as razões que fazem com que as pessoas vêm a eventos como o FT18, listando compartilhar, inspirar e aprender. Em seguida, passou a fazer uma linha do tempo, lembrando que, por muitos anos, a cidade foi conhecida pela violência extrema, lembrando a série Narcos, da Netflix, que retrata a história de Pablo Escobar. "Isso faz parte da história, mas também é história a reinvenção da cidade", reforçou.

Segundo ele, quando se pensa em resiliência há uma série de dimensões importantes: saúde, bem-estar, liderança, política e outros. "O primeiro aprendizado é que resiliênia não são somente edifícios, transporte, inovação, mas são as pessoas", alertou a plateia, que somava cerca de 80 pessoas. Apresentou o rápido crescimento da cidade que, há uns anos, quase 75% da área era rural, "Foi exponencial, o que gerou vários problemas de desigualdade", avisou.

Uribe contou que, pensando nisso, foi criado um plano de recuperação de Medellín, escrito por muitas frentes. A primeira medida foi uma reforma institucional para gerar processo de integração por meio de um sistema de transporte, com melhores equipamentos. "Vimos que eram duas cidades em uma, com muita desigualdade em todos os sentidos. Entendemos, então, que a transformação deveria seguir três pilares: integração, confiança, proximidade", explicou.

Para começar, implantaram um bom sistema de transporte público, disponibilizaram ciclovia por toda a região, instalaram escadas rolantes pela cidade e construíram bibliotecas. "Tudo tinha que ser melhor e de melhor qualidade para contemplar todas as classes, ou seja, possibilitamos que os moradores de todas as regiões tivessem acesso a essas inovações e facilidades", disse, ao mencionar que construíram 24 espaços multifuncionais ao longo de quatro anos, com foco no que a população queria.

Economia inclusiva, desenvolvimento das pessoas, crescimento passo a passo da cidade. Esses pontos foram fundamentais para o sucesso do projeto. Uribe explicou que não se deve olhar apenas para as inovações físicas implantadas na região, mas o trabalho feito com as pessoas. Assim, disponibilizaram uma oficina de drones com moradores da favela, com foco na inclusão. "A cidade são as pessoas. Vocês fazem parte da transformação, não é a insfraetrutura", falou e finalizou: "Quando pensarem em inovação, pensem como vocês podem ajudar".

A equipe de Coletiva.net, em parceria com o Multiverso IPA, acompanhará toda a movimentação do evento. Com apoio do Grupo RBS e Sicredi, jornalistas e estudantes alimentarão o portal e as redes sociais durante os dois dias do FT 2018.

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