A verdade faz bem ao jornalismo

Quando o comercial invade o editorial, perde-se a graça do jornalismo. Toda a causa, a razão de ser e o que aprendemos sobre o valor de notícia cai por terra quando descubro que uma pauta foi plantada com outros fins. É triste, desanimador e faz com que o juramento da faculdade se torne apenas uma frase dita em vão. Não dá para misturar, pessoal. É feio, antiético e, na maioria das vezes, fica tão escancarado que causa repulsa. Há espaços separados e delimitados para isso nos meios de comunicação. Notícia é notícia e publicidade é publicidade. E não estou falando de matérias sobre produtos ou serviços. Falo de matérias implantadas com interesse político de alguma organização para provocar uma pauta de conveniência pessoal, por vezes disfarçada de utilidade pública. Minha preocupação é com a credibilidade, de não sabermos o que é de interesse público ou privado. E imagino também que os colegas de redação não tenham culpa e que muitas vezes são pautados e devem cumprir o que foi demandado. O negócio é mais acima, é acerto de gente grande. Gente que coloca interesse e grana acima do bem comum. Jornalismo é de verdade e deve ser assim para continuar sendo representativo e fazendo a diferença no dia a dia da sociedade. Esse lance de interesse tá destruindo tanta coisa que poderíamos nos privar de mais uma desconstrução.