A versão que o jornalista quer mostrar

O momento da veiculação de uma matéria, seja ela em qualquer uma das mídias que conhecemos, geralmente é motivo de uma aguardada espera pelos …

26/02/2016 17:49 / Atualizado em 15/03/2016 18:21
O momento da veiculação de uma matéria, seja ela em qualquer uma das mídias que conhecemos, geralmente é motivo de uma aguardada espera pelos assessores. Quando ocupa uma página inteira de um jornal de grande circulação, por exemplo, a ansiedade é ainda maior. Um espaço nobre, de destaque e ocupado com mídia espontânea, tem coisa melhor? Depende. Tem vezes que é frustrante este "encontro" da matéria com os nossos olhos ao observar as fotos e acompanhar o enredo do texto. O olhar do repórter não precisa ser o mesmo que o do assessor, e tô pra dizer que nem deve. Mas a informação, por ética, deve ser preservada e não distorcida. O que mais nos deixa tristes é justamente aquela bendita "aspa" que foi dita e, por ventura, não condiz com o que deveria ser realmente informado. Ou quando o repórter optou por dar maior destaque para o que dá mais "audiência" e não para a pauta de verdade. Nesses casos, é quase um tiro no nosso pé. A imprensa tem um poder gigante, todos sabem disso. O que está escrito, é documento, tá registrado. Esse desespero pelo jornalismo denúncia diário não pode ir adiante. As faculdades de comunicação precisam de professores que alertem o real sentido do jornalismo e de alunos dispostos a mudar essa realidade. É dali que saem futuros produtores, editores, repórteres e assessores. Que essa nova geração de comunicadores seja mais sedenta por notícias reais, sejam elas boas ou não, mas que não precisem de maquiagem ou falsas afirmações para conseguir destaque na mídia.