Evento não é notícia (até que se prove o contrário)

A melhor parte do jornalismo é a troca de ideias com colegas da área, independente de onde estão e no que atuam. Sempre rende …

08/09/2017 12:19

A melhor parte do jornalismo é a troca de ideias com colegas da área, independente de onde estão e no que atuam. Sempre rende boas risadas, conselhos sadios do que fazer e não fazer e até tema de coluna semanal.

Não dá pra fazer o básico, não adianta. Tem quem não tenha a sorte/oportunidade de conversar sobre a profissão e que não se ligue em algumas coisas. Tentar divulgar evento, achando que o acontecimento ? por si só ? é pauta. Eu tenho uma frase dita por uma baita amiga e jornalista que tenho salva no meu HD interno da memória: ?Evento não é notícia. A não ser que venha o ministro da fazenda?. E dai, como faz para explicar isso ao cliente? Tem que falar, não adianta. Meu sincericidio me ajuda nesses casos.

Porque tem quem sempre ache que a sua pauta é boa e não precisa de gancho ou de algum diferencial. Bons jornalistas não aturam maus assessores e vice-versa. É fato. E depois do filme queimado, nem reza braba é capaz de melhorar.

Talvez seja por isso que sempre procurei emplacar por qualidade do que quantidade. Não sou fã desses relatórios de repercussão cheio de publicações. Tem quem poste exatamente o enviado, quem reescreva, quem instigue e quem rejeite. Faz parte do jogo. Tem que saber se posicionar, ter a estratégia certa e deixar bem alinhado com quem te contrata.

Lembro de quantas coletivas lotadas de jornalistas já participei. Os olhos de todos brilhavam. Hoje em dia, quando alguém me pede para organizar uma, preciso ser convencida se vale mesmo a pena tirar toda aquela galera da redação. São novos tempos, em que o que menos temos é tempo. Talvez se colocar no lugar do outro seja um bom começo de uma relação duradoura e verdadeira. Quando o não é tão bem aceito como o sim, por exemplo. Quando trabalhamos no conteúdo e não nos preocupamos tanto com o ?emplacar? em tudo.