O ‘time’ do tempo de exposição

A urgência no início da veiculação de algum anúncio, spot, instalação de outdoor ou VT deixa a maioria das agências ? e muita gente …

30/11/2015 16:41
A urgência no início da veiculação de algum anúncio, spot, instalação de outdoor ou VT deixa a maioria das agências - e muita gente que trabalham nelas ? doidas. Quase não temos mais tempo para pensar, planejar então, nem se fala. O atendimento chega da reunião com o cliente, entrega o briefing e a data de apresentação da peça/campanha/ideias definida e quase não há jeito de negociação. Sobre esta etapa, cabe um texto somente deste tópico. Então, quando isso acontece, dá-se um jeito, a criação se vira e entrega o melhor que pode ser feito naquele período curto de tempo para aprovação. Aí tem algumas opções: 1) o cliente aprova e justifica toda a correria pelo tempo estipulado; 2) o cliente sugere mil alterações, engata a criação até altas horas na agência para no dia seguinte ter tudo pronto. 3) Não era nada daquilo que tinha sido brifado. Mas ok, na melhor das hipóteses, rola a aprovação e então, depois de finalizado, a mídia recebe o arquivo e se vira nos 30 para colocar no ar no prazo acordado e desejado. Tudo lindo até aí ou pelo menos dentro da normalidade. Mas o que eu quero falar hoje é sobre o pós. O pós campanha, pós promoção, pós data comemorativa. É tão caro comprar um espaço para pagar o mico de desejar Feliz Natal já no dia 26. Não vamos longe, hoje é Black Friday e na segunda, aposto que ainda haverá resquícios de anúncios falando da última sexta. Sábado e domingo, nem conta. Sem contar aqueles logos que tem os "XX anos" da empresa, sendo que ela já completou quase meia década e ainda não atualizou a idade. Tamanha atenção na inserção deveria ser despendida também no controle de saída do ar. Tem que ter algo de gaveta, alguma mensagem institucional. Eu sei que a maioria tem. Se há patrocínio de programa de rádio então, nem se fala. Busdoor e outdoor são os campeões. Há quem goste e pense "mais tempo que a minha marca está exposta e eu nem tô pagando a mais por isso". E aí, o trabalho e a grande ideia acabam não sendo mais tão relevantes. Pode parecer que estou até tentando ensinar o padre a rezar missa, longe disso. Quando trabalhei em agência, nem participava desse processo. Minha observação é como consumidora mesmo, como alguém que se liga e gosta de publicidade e acredita no retorno que essa exposição traz para quem investe. O tiro só não pode sair pela culatra.