Cenário multimídia e fim do impresso pautam conferências da SIP

Diretora de redação de Zero Hora, Marta Gleich esteve entre os palestrantes do quarto dia da Assembleia Geral

16/10/2012 15:17
Aberta oficialmente na noite desta segunda-feira, 15, a 68º Assembleia Geral da SIP ? Sociedade Interamericana de Imprensa contou com a presença de autoridades como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab. Esse, que foi o quarto dia do evento, foi marcado por discussões sobre liberdade de expressão e direito à informação, novo modelo das empresas jornalísticas, influência das mulheres nas redações e nos negócios, além do perfil e formação do jornalista no cenário multimídia. A programação foi aberta pela diretora de redação do Valor Econômico, Vera Brandimarte, e pela diretora-executiva da Infoglobo, Sandra Sanches, que falaram sobre as conquistas das mulheres nas redações. ?Ainda vivemos uma evolução, com o movimento de migrar das redações para os negócios das empresas jornalísticas?, afirmou Sandra. Para Vera Brandimarte, ?as redações são muito abertas à diversidade e não existe mais 'guerra dos sexos'?. No workshop 'Perfil e formação do jornalista no cenário multimídia', a diretora de redação de Zero Hora, Marta Gleich, abordou o planejamento da produção de conteúdo nesse novo cenário, que se tornou mais complexo, com deadlines diferentes. ?O editor tem que ser o guardião da qualidade e credibilidade da marca e, ao mesmo tempo, pensar nas formas de extrair o melhor de cada plataforma?, defendeu. Também ministrante do workshop, Sandra Gonçalves, da Gazeta do Povo, afirmou que ?estamos disputando tempo e atenção da audiência?. Já Carlos Jornet, do La Voz del Interior, da Argentina, ressaltou a importância do jornalista ser humilde. ?Podemos aprender a usar a novas plataformas, mas temos que saber ouvir e dialogar, deixando de lado a comunicação unilateral?, explicou. Com o tema 'Um novo modelo de empresas jornalísticas?', o analista e jornalista da Califórnia Ken Doctor defendeu que o impresso está chegando ao fim. ?Calculo que até 2015 o digital será o padrão?. Ele lembrou ainda que os editores estão buscando leitores que paguem pelo conteúdo oferecido, para gerar receita além da publicidade. ?É possível cobrar mais, se houver qualidade no material produzido e conteúdo único e aprofundado, preço 'inteligente' e uma boa experiência móvel que conquistem o cliente fiel?, concluiu. A afirmação da internet como futuro do jornalismo também foi defendida pelo editor do The New York Times, Arthur Sulzberger Jr. ?O futuro do jornalismo está na web, nos celulares e em outras plataformas que ainda serão inventadas?. Leia também em Coletiva.net: SIP faz reflexões sobre o futuro do Jornalismo Perceções sobre liberdade de imprensa são alvo de pesquisa SIP polemizou sobre propriedade intelectual na web